... literalmente.
Na semana passada resolvi fazer uma limpeza decente na minha estante dos livros. Aquelas limpezas em que tiramos os livros todos, aspiramos estante e livros e repomos em outra posição ou ordem e que alcança até as prateleiras menos vistas, onde se guardam as "relíquias".
Entre duas pilhas de livros velhos, daqueles que guardamos porque sim, porque não somos pessoas de nos desfazermos de livro nenhum, reencontrei estes de que, sinceramente, já nem me lembrava.
NOTA: É importante esclarecer que quando os livros me chegaram às mãos, há quase meio século, já estavam exatamente neste estado com que se apresentam.
Gostei de os reencontrar e tive de partilhar com vocês.
Devia ter entre os meus dez ou doze anos quando li alguns estes livros. Esses reli-os nos anos seguintes, se calhar mais de uma vez e depois foram continuando comigo e não os voltei a ler, outros li pela primeira vez já mais crescida. Sinceramente até houve uma altura em que estavam confinados numa arrecadação e só quando comprei as estantes que tenho agora, os fui buscar - para arrumar.
Este não foi o primeiro da lista que li, mas foi o tal de que agora tenho noção que era demasiado "livro de gente crescida". Não que fosse impróprio para ser lido por pré-adolescentes, mas apenas porque existe um desenvolvimento da ação que pode não ser compreendido.
A capa foi a única que encontrei já muitos anos depois, algures na internet e que usei para o forrar (muito mal) porque este nem capa tinha.
Foi a primeira obra narrativa
de Orianna Fallaci: a história de uma mulher que, estrangeira em Nova Iorque
não hesita em desafiar as convenções (e injustiças) de uma sociedade dominada
pelos homens. Giovana não se resigna ao papel doméstico de uma Penélope que
tece o pano à espera de Ulisses e sendo ela própria Ulisses, viaja em busca da sua identidade e encontra-se
com um homem que anos antes tinha conhecido em Itália e por quem tinha tido uma
paixão de adolescente, acabando por confirmar essa paixão e descobrir que esse
homem era fraco e incerto e homossexual. Gio enfrenta corajosamente o triângulo
em que se encontra envolvida com Richard (o homem que ela ama) e Bill (o homem
amado por Richard).
Já perceberam a minha dificuldade de aos onze anos entender o fim do livro...
Arlette é uma jovem parisiense ex rica, o pai perdeu tudo por negligência e se suicidou por isso, a mãe também faleceu, sobrando apenas ela e o irmão. Este irmão arranja um emprego na África, e Arlette só tem as parentas do interior para se apoiar. Elas são quatro solteironas que usam chapéus verdes. As primas aceitam hospedá-la em sua casa, meio a contragosto, Arlette também detesta a ideia de viver com elas por puro preconceito, ela teme que a influência delas a torne também uma solteirona. Porém, a protagonista, assim como as primas, evolui como pessoa, criando um afeto com elas. Isso começa a acontecer quando Arlette descobre um diário de uma das primas, onde está escrito que esta, era exatamente como ela, uma jovem que pretendia se casar e não pode por circunstâncias alheias à sua vontade. Então ela começa uma investigação para saber qual das primas é a dona do diário, e faz tudo para fazê-la voltar a desejar um amor.
Este livro situa a sua ação nos países nórdicos, sobretudo a Suécia e a Finlândia do pós Segunda Guerra Mundial. Traz-nos a história de duas famílias ligadas por um acontecimento resultante desses seis anos infernais de conflito – o recolhimento por parte de famílias suecas abastadas de crianças finlandesas que estavam em riscos de perder a vida se se mantivessem junto dos pais em território afetado pela guerra. Sendo assim, Anni ou Aino foi uma dessas crianças que se viu apartada da família ainda muito pequenina e cujos quatro anos seguintes foram vividos noutro país, com outros “papás”.
Terminada a guerra, a família Matinoja pretende que a sua filha mais nova regresse ao seu lar. E é então com essa viagem de regresso que a narrativa arranca e nos mostra de imediato o quão penoso será esse retorno para uma menina que nada recorda dos seus pais biológicos ou dos seus irmãos e para a sua família de adoção. Mostra igualmente o outro lado, ou seja, a angústia, ansiedade e afogo daqueles que ficaram, daqueles cujas caras, vozes Anni nada recorda, a não ser em sonhos fugidios.
Este é um livro no género dos livros de Enid Blyton e os Cinco e da lista aqui presente foi dos primeiros a ser lido, se não o primeiro. Infelizmente não me recordo do desenrolar da ação nem dos seus protagonistas. Um mistério passado numa pensão e dois ou três jovens (se não estrou em erro) que vão procurar um barco de marfim que esconde um segredo.
Algo assim que de mais não me recordo... e não encontro nada na net para me refrescar a memória.
Existe um outro livro que lia na altura de Enid Blyton, mas que infelizmente emprestei a alguém e nunca mais vi.
A capa do livro que eu tinha não era esta, mas esta foi a única que encontrei pela internet.
Conforme a maior parte dos livros
escritos por esta autora, os protagonistas são um grupo de sete amigos, que a
dada altura têm acesso a um telescópio, com o qual começaram a observar um castelo
e a aperceberem-se de sombras e movimento. Por se tratar de um castelo que
deveria estar abandonado, decidiram ir até lá ver o que se passava. E
começa a aventura… é mesmo o estilo da autora.
Não foi este o meu primeiro exemplar deste livro, mas foi o único que consegui num alfarrabista quando o outro levou o mesmo sumiço d'O Segredo do Castelo de Lua.
Tenho ideia que gostei muito, tanto que quis manter o livro na minha coleção, mas sineramente não faço ideia do que trata e não vejo nenhuma sinopse em lado nenhum. Sorry...
Os ultimos dois devo ter lido sensivelmente pela mesma altura e mais crescida. Talvez com os meus dezasseis anos.
Do género policial/thriller a história passa-se em França em 1917.
Véronique d’Hergemond,
jovem enfermeira, vive ainda atormentada pela morte do marido e do filho. Um dia,
Véronique acredita que viu um recado para si, numa cena de um filme, filmado
numa ilha. Véronique parte para o local, que se revela praticamente deserto e
sem respostas. Mas algo se passa na ilha. Algo que parece ter uma agenda vingativa
contra Véronique.
Não é nenhuma história nunca contada antes, ou diferente de tudo o que já se leu, mas na altura gostei muito e embora tenha algumas incongruências e perguntas sem resposta, lê-se bem.
Já o próximo e último é um livro a sério, com uma história a sério. "Chorarei por Vocês, o romance de F. Faura Peñasco e A Gonzalez Morales, que ganhou o prémio 'Imortal Cidade de Gerona', tem uma tradução cuidada, onde se procurou manter toda a beleza da linguagem dos autores, e fixar sem a menor fuga os seus conceitos".
Assim, com base na intervenção de um grupo de mercenários nas chacinas do Congo ex-Belga, simultaneamente narram-nos em pinceladas fortes passagens da Guerra Civil Espanhola.
Romance de acção intensa, contado de forma absorvente, traça o perfil psicológico de personagens que as circunstâncias reúnem - personagens da nossa época - ao mesmo tempo que vão às suas origens e as descrevem, colocando em paralelo as duas épocas, aquela que os formou, e aquela que os recebe, e os deforma.
Aproveitei uma sinopse que encontrei na internet, porque me parece muito bem apresentada. Para pormenores podem sempre ler o livro.
Do grupo de livros que reencontrei, sou capaz de reler este último. Assim que tiver tempo...
1 comentário:
Olá obrigada pela sua visita ao meu blog, aqui em casa tudo tem crochet, gosto muito de ler também...bjs
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