A ultima vez que publiquei uma opinião sobre um livro foi em 2 de Outubro de 2018!!
E isso não quer dizer que estive este tempo todo sem ler. Dava-me uma coisa má, se fosse assim. Tenho andado sempre a ler, mas acontece que ando na dúvida sobre uns livros - se os leio ou não - e limito-me a repetir uns quantos que sempre repito (pelo menos uma vez por ano). Assim, não vou opinar sobre livros de que já opinei, não é verdade?
Entretanto, este livro esteve quase a vir cá para casa no Natal, mas foi adiada a compra e só agora, depois de ler uma opinião, decidi comprar.
De todas as intolerâncias para com os demais, a intolerância religiosa é a que mais ataques leva a cabo e mais mortos causa.
Quando ouvimos falar de intolerância religiosa, no meio de tudo o que são noticias sobre o assunto, perguntamo-nos a nós próprios como será viver num país que te proíbe teres fé? A União Soviética, no tempo que originou este livro, era uma superpotência onde só o ateísmo tinha voz e qualquer vislumbre de fé em Deus, era considerado um atentado ao governo e ao país. E os "terroristas" eram presos, torturados, banidos e até mortos.
Poderemos dizer que a União Soviética, sem saber, estava a por em prática, ao pé da letra o 1º dos 10 mandamentos que diz: "Não terás outros deuses diante de Mim"
Esta história - verídica - passou-se desde a altura da segunda guerra até cerca de 1993, altura em que a religião que Mikhail Kulakov professava, começou a dar os primeiros passos em liberdade, quando o governo, depois de drásticas mudanças politicas (as maiores pela mão do presidente Gorbachov) se deu conta que afinal poderiam aproveitar muito de bom para a sociedade, se deixassem que esta denominação religiosa agisse junto das populações, ainda que ateias.
Há uma frase quase no fim do livro que me parece bem partilhar. Na altura em que começavam a despontar várias denominaçãoes religiosas na União Soviética, o moderador colocou a questão se era aceitável para a sociedade soviética tolerar a propaganda da ideolologia de seitas e Mikhail (o personagem principal) que na altura fazia parte da Associação Internacional para a Liberdade Religiosa respondeu:
- Acreditamos que todas as crenças devem ter o direito de expressar livremente os seus principios e que as pessoas devem ter o direito de julgar por si mesmo como reagir. Posso discordar dos ensinamentos de .... (nomeou a seita em questão), mas Jesus Cristo e a história humana mostram que todos os que querem assegurar a sua própria liberdade devem guardar-se da opressão contra aqueles de quem discordam.
Esta opinião de Mikhail, levada a público nesta altura, foi a de sempre ao longo do seu testemunho que originou este livro, e que antes nunca pudera expressar livremente.
Resumo do livro:
Uma fé sólida e inabalável. Isso era tudo o que o jovem Mikhail Kulakov possuía. O governo comunista soviético lhe tirara a profissão, a família e a liberdade. Seu crime? Servir fielmente a Deus ou, nas palavras da KGB, promover "atividades antissoviéticas". Ele foi preso, interrogado e condenado a cinco anos em campos de trabalho forçado. Todavia, nem mesmo a perspectiva de banimento eterno numa remota vila da Sibéria o deteve de confiar firmemente nas promessas de Deus... Ainda que os céus caíssem.