terça-feira, 29 de outubro de 2024

Cansados deste Mundo

 

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Fiquem atentos, para não desprezarem nenhum destes pequeninos! Porque Eu afirmo a vocês que os anjos deles, lá nos Céus, veem incessantemente a face de Meu Pai celeste. Mateus 18:10

Uma cena impactante. Um menino sírio, de não mais que três anos, com seus olhos grandes e cabelos negros, chorava desesperado. Sua pele estava coberta de poeira e sangue, e manchas roxas marcavam o pescoço ao redor dos ferimentos. Sua expressão era de dor e confusão, um rosto que não entendia o absurdo da guerra. Muitos poderiam ver naquela foto apenas mais um retrato da violência sem sentido que assola nosso mundo, mas aquela imagem tocou profundamente os corações que a viram, pois aquele menino, pouco antes de morrer, deixou uma frase que ainda ecoa em nossa alma: “Quando eu morrer, vou contar tudo para Deus.” Tento imaginar o semblante do anjo da guarda daquele pequeno. Tento imaginar sua expressão ao ver o Pai do Céu após a morte da criança. Tento imaginar o Criador, com lágrimas nos olhos, cansado de ver tanta injustiça e opressão. Imagino o anjo sem palavras, pois não há linguagem que possa expressar a loucura da violência. Ele apenas espera o dia em que as coisas mudarão para sempre.

Deus ama as crianças.É por isso que Ele colocou em nosso coração o sentimento de ternura.É por isso que Ele as criou pequenas, mas perfeitas, vivendo a vida com graça e espontaneidade. Deus tem uma paixão especial por essas criaturas, e nada Lhe dói mais do que saber que alguém lhes fez mal. Que ninguém se atreva a tocar em Seus pequenos, pois terá que se ver com Ele! Se somos verdadeiramente filhos de Deus, essas coisas ainda nos afetam. Não devemos ficar indiferentes, mesmo que diariamente vejamos tragédias nos noticiários. Não podemos permitir que nossa sensibilidade desapareça.

Continuemos a ser humanos e, ainda mais, busquemos dar às crianças a perspectiva do futuro que nos aguarda. Se, assim como eu, você está cansado deste mundo de injustiças e dor, eu o convido a se comprometer a apressar o retorno de Jesus (2Pe 3:12), pois essa é nossa única esperança de um mundo verdadeiramente melhor, sem tristeza nem sofrimento.

Pregue o evangelho, ame as pessoas e faça a diferença na vida delas.

Dessa forma, muito em breve, como os anjos do Céu, veremos a face de nosso querido Criador.

(Devocional para Adultos Terça,  29 de Outubro 2024 )


sexta-feira, 25 de outubro de 2024

O Preço Justo

 


Tenho grande alegria no Senhor! A minha alma se alegra no meu Deus, porque me cobriu de vestes de salvação e me envolveu com o manto de justiça. Isaías 61:10

Existe um programa de televisão chamado O Preço Certo, um jogo que consiste basicamente em tentar acertar o valor de um produto. Além de promover, de forma subliminar, certas mercadorias ou, explicitamente, estimular um estilo de vida consumista, o programa reflete a fixação humana em pagar o preço justo por algo. É desagradável pagar a mais por algo, enquanto pagar menos pode não causar a mesma reação. Geralmente as pessoas ficam felizes quando encontram um preço baixo. Ainda que algo não seja tão barato, procura-se sempre um preço justo.

No aspecto moral, também procuramos retribuições justas. Esperamos que cada pessoa receba exatamente o que merece e nos sentimos incomodados quando alguém que teve uma conduta inadequada tem sucesso na vida. Isso nos parece injusto, porque acreditamos que tal pessoa deveria pagar o preço pelo seu comportamento. 

No entanto, é assim que a Bíblia nos apresenta o tema da salvação. O preço justo pelos nossos pecados é a morte eterna. Despidos diante de Deus, não somos nada além de criaturas desorientadas que insistem em agir de maneira imprópria.

Em termos estritamente legais, deveríamos ser destruídos para sempre, mas Deus, sem violar a lei, ultrapassa os limites dessa estrutura formal.

Ele optou por pagar, de Seu próprio “bolso”, o preço justo, porque a justiça divina sempre caminha de mãos dadas com a misericórdia.

Na cruz, essa união se consumou para sempre.

Quanto custam as vestes da salvação? O preço é altíssimo: a vida e a morte do Filho de Deus. E quanto custa o manto da justiça? É igualmente caro.

Um preço tão elevado que, à primeira vista, poderia parecer um péssimo investimento quando olhamos para nós mesmos. Mas Deus não enxerga as coisas dessa forma.

Ele ama nos ver vestidos de pureza e santidade e bem agasalhados com a cobertura dos méritos de Cristo. Reconheça o imenso preço que Jesus pagou pela sua redenção.

As vestes que Ele nos concede realçam nossa aparência como filhos de Deus, destacam a elegância de nossos modos e costumes, são feitas sob medida e aquecem nosso coração.

E o melhor de tudo: são gratuitas – basta aceitar!

(Devocional para Adultos do dia, Sexta,  25 de Outubro de 2024)



segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Ainda é tempo

 


Sumo Sacerdote no Céu
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Foi instalada a sessão do tribunal e foram abertos os livros. Daniel 7:10

Em um dia como hoje, em 2126 a.C., um eclipse solar foi registrado na China, ofuscando a luz do Sol e escurecendo a Terra. Em 22 de outubro de 1811, nasceu um virtuoso pianista húngaro, Franz Liszt, cujo magnetismo pessoal ainda é lembrado.

Na mesma data, em 1906, faleceu um pintor francês que revolucionou a pintura moderna, Paul Cézanne. Em 22 de outubro de 1973, partiu um compositor e violoncelista espanhol, Pau Casals, que com sua música exaltou a paz como nenhum outro.

Mas, para nós, adventistas, o dia 22 de outubro de 1844 é a data que marca nossa história. Os mileritas esperavam a volta de Jesus e a purificação da Terra, mas a noite chegou e o Salvador não veio. Essa decepção é conhecida como o “grande desapontamento”.

Mas, aqueles que permaneceram estudando as Escrituras entenderam que algo grandioso havia acontecido: Jesus havia entrado no lugar santíssimo do santuário celestial para dar início ao juízo pré-advento, também conhecido como “juízo investigativo”.

Isso significa que Cristo, nosso Mediador, agora desempenha uma nova função, que vai além de Sua missão de interceder pelos pecadores.

Desde Sua ressurreição até 1844, Ele apresentou Seu sacrifício para perdoar e redimir os pecadores. Mas agora, além de perdoar, Ele leva a efeito a tarefa de separar o joio do trigo. No juízo investigativo, aqueles que têm apenas aparência de justos são separados dos verdadeiramente justos que permaneceram na graça de Cristo.

Não precisamos ter nenhum medo do juízo se nossa vida estiver nas mãos de Deus e confiarmos totalmente em Sua graça e na virtude do sangue do maravilhoso Salvador. Lembre-se do hino que diz: “Há poder, sim, força sem igual / Só no sangue de Jesus” (Hinário Adventista do Sétimo Dia, no 123). Hoje é a “grande oportunidade” para todos nós. Cristo ainda intercede no santuário celestial.

Ainda é tempo de se arrepender, buscar perdão e confiar inteiramente nos méritos do sangue precioso de nosso Redentor.

Jesus nos oferece diariamente a chance de recomeçar, mas cabe a nós decidir aceitá-la ou não. Não desperdice essa oportunidade.

Com a ajuda de Cristo, abandone tudo o que o faz pecar e permita que seu nome continue no Livro da Vida.

(Devocional para Adultos do dia, Terça  22 de Outubro de 2024)

Sumo sacerdote no Lugar Santissimo na Terra
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O Duo Dinâmico

 

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Logo a Lei é contra as promessas de Deus? De nenhuma sorte. Gálatas 3:21

A lei e o Evangelho não podem estar separados. Em Cristo a misericórdia e a verdade encontraram-se; a justiça e a paz se beijaram.  O Evangelho não ignorou as obrigações devidas a Deus por homens e mulheres. O Evangelho é a Lei desdobrada, nada mais, nada menos. Ele não oferece mais latitude para pecar do que a Lei. A Lei aponta para Cristo; Cristo aponta para a Lei. O Evangelho chama-nos ao arrependimento. Arrependimento de quê? Do pecado. E o que é o pecado? É a transgressão da Lei. Portanto, o Evangelho chama pecadores, para que regressem das suas transgressões para a obediência à Lei de Deus. Jesus, na Sua vida e morte, ensinou a mais estrita obediência. Ele morreu, o Justo pelos injustos, o Inocente pelos culpados, para que a honra da Lei de Deus pudesse ser preservada, e ainda assim a Humanidade não perecesse completamente.

A obra da salvação tanto na dispensação do Antigo como do Novo Testamento é a mesma…

Satanás está a operar com todo o seu poder enganador para prender o mundo na sua armadilha. Ele quer que os seres humanos creiam que este grande sacrifício (de Cristo) foi feito para abolir a Lei de Deus, Ele representa Cristo como opondo-Se à lei do governo de Deus no Céu e na Terra. Mas o Soberano do mundo tem uma Lei pela qual governa as Suas inteligências celestes e a Sua família humana, e a morte do Seu Filho fixa a imutabilidade dessa Lei de modo inquestionável. Deus não tem qualquer intenção de eliminar o Seu grande padrão de justiça. Por este padrão Ele pode definir o que é um caráter correto.

É necessário que cada ser inteligente compreenda os princípios da Lei de Deus. Cristo, através do apóstolo Tiago, declara: “Qualquer que guardar toda a Lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos.” Estas palavras foram pronunciadas depois da morte de Cristo; portanto, a Lei vinculava todos os que viviam nessa altura…

As pessoas podem falar de liberdade, liberdade evangélica. Elas podem declarar que não estão sob a servidão da Lei. Mas a influência de uma esperança do Evangelho não levará os pecadores a olharem para a salvação vinda de Cristo como oferecendo graça barata ao mesmo tempo que continuam a viver em transgressão da Lei de Deus.

Quando a luz da verdade amanhece na sua mente e compreendem plenamente os requisitos de Deus e percebem a extensão das suas transgressões, eles reformarão os seus caminhos, tornar-se-ão leais a Deus mediante a força obtida do seu Salvador e levarão uma nova e mais pura vida.

(Signs of Times, 25 de Fevereiro de 1897)

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quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Ser cristão

 

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Num mundo em que todos se entitulam alguma coisa e ser cristão quase virou moda para alguns, é importante ver a definição de cristão no dicionário. Escolhi o Infopédia.

cris.tão separador fonéticakriʃˈtɐ̃w̃

adjetivo
1.
pertencente ao cristianismo
2.
que crê em Jesus Cristo
3.
figurado (ato, gesto) que obedece aos princípios do cristianismo
4.
figurado razoávelconveniente
nome masculino
aquele que professa religião cristã

Do latim christiānu-, «idem»


Quando me desafiaram a definir o que é ser cristão em 10 linhas, não resisti a partilhar aqui a minha singela opinião.

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Somos cristãos quando ouvimos a Sua voz pela manhã a nos despertar e agradecemos, pois, compreendemos que no final de cada dia deveríamos ter morrido.

Somos cristãos quando a vontade de Jesus passa a ser a nossa vontade e tudo o que queremos é amá-Lo e obedecer-Lhe. É ser submissos a Ele e aceitar a Sua disciplina quando nos desviamos e cair a Seus pés, certos da Sua infinita misericórdia, tal como David fez em 2 Samuel 24:14

Ser cristão é, durante o dia, manter a comunhão com Ele orando, louvando e estudar a Sua Palavra pois sem isso não conseguimos respirar e devemos respirar Cristo a cada instante.

É morrer de saudades de Jesus quando nos afastamos e renascer na Sua presença sempre que O buscamos.


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sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Sentar

 

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Maria, sua irmã, ficou sentada aos pés do Senhor, ouvindo a Sua palavra. Lucas 10:39.

Proximidade nem sempre é sinônimo de intimidade. Um dia, Marta convidou Jesus para entrar em sua casa, mas, quando fechou a porta, acabou deixando o convidado de honra na sala e foi cuidar dos preparativos para que aquela visita fosse inesquecível. Essa história deixa claro que é possível receber Jesus em casa sem necessariamente dar atenção ao que Ele está dizendo. Hospedar não significa ouvir. Dividir o mesmo espaço geográfico nem sempre corresponde a compromisso. 

Há quem pense que, quando Jesus entra em nossa vida, Ele Se assenta em uma cadeira e fica em silêncio assistindo ao que estamos fazendo. Acham que andar com Cristo é ocupar os mesmos espaços que Ele. Se Jesus está dentro, então está tudo bem. Seguindo essa linha de pensamento, a presença de Cristo passa a ser uma espécie de amuleto que valida os esforços humanos. Jesus está lá, mas está em silêncio. 

A irmã mais nova de Marta teve uma postura diferente. Maria é citada pelo menos três vezes nos evangelhos. Em situações diferentes, mas sempre no mesmo lugar: aos pés de Jesus. Em João 11, ela se joga aos pés de Jesus para lamentar a perda de seu irmão Lázaro. Em João 12, ela se prostra para lavar os pés de Jesus, em sinal de adoração. No texto bíblico de hoje, em Lucas 10, ela aparece assentada para ouvir as palavras do Mestre da Galileia. Ali está Maria, aos pés de Jesus. Enquanto Marta vai de um lado para o outro, Maria senta e ouve. Maria entendeu que o que fazemos com Cristo é mais importante do que aquilo que fazemos para Cristo. 

Aprendi que as coisas no reino de Deus começam quando estamos sentados, dispostos a ouvir e aprender. Tem muita gente que aprendeu a correr antes de aprender a sentar. É gente que não para. Que realiza, que conquista, que alcança, mas que não conhece a boa parte. Falta ainda parar e ouvir Jesus, como fez Maria. 

Comece esse dia assentado na presença de Deus. Ouça o que Ele tem a ensinar sobre a vida e até sobre você mesmo. Não tenha pressa. Essa é a boa parte. Conhecê-la e desfrutá-la faz toda diferença.

(Meditação Jovem, Sexta-feira, 04 de outubro)

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quarta-feira, 2 de outubro de 2024

À Flor da Pele


Nas férias, quando tentei atualizar as minhas leituras, dei uma olhadela pelos livros que estão na estante, por ler. Alerto já que não compro livros sem ter a certeza que os vou ler num curto espaço de tempo, mas este foi um dos que comprei numa loja em segunda mão para aproveitar o preço, tal como o anterior. Quatro livros custaram 5 euros.




Três mulheres que aparentemente, não têm nada em comum, a não ser a obsessão doentia e mortal de um psicopata que as escolheu como seus alvos.
Zoe é uma jovem professora primária atraente, recém-chegada à grande cidade. Jennifer é uma ex-manequim atualmente transformada em mãe e esposa modelo. Nadia é uma mulher irrepreensível e livre, animadora de grupos de crianças. Vivendo em locais diferentes de Londres, debatendo-se com os seus problemas e acaletando sonhos próprios, estas três  mulheres têm apenas uma coisa em comum: um potencial assassino que as persegue sádica e doentiamente. À medida que o calor do Verão se vai começando a sentir, estas mulheres começam a receber cartas revelando que estão a ser observadas, estudadas, amadas...até à morte. Todas elas, a príncipio, dirão que as cartas são ridiculas, depois incomodativas, depois aterradoras e, finalmente subjugantes.


Quando li esta sinopse, fiquei com a ideia de as três se iriam cruzar em algum momento das suas vidas, mas isso não aconteceu. A autora não as quis misturar, não quis que se conhecessem, para que se sentissem sós e impotentes nas suas vidas ameçadas.

O livro está dividido em três conjuntos de capítulos, narrados, na primeira pessoa por cada uma das três mulheres. 
O primeiro diz respeito a Zoe que faz queixa na polícia quando recebe a primeira carta e estranha quando se lhe apresentam, quase de imediato, à porta, dois agentes para averiguar. O interesse demonstrado, pela polícia, teve a ver com uma façanha de Zoe no início da narrativa, mas vai-se intensificando quando as cartas continuam a aparecer. 
Nunca nos apercebemos de quem é o psicopata que nos é apresentado no início do livro, como se escrevesse um diário onde se refere às mulheres de uma forma doentia e desagradável. 
Esta parte termina com aquilo que apesar de anunciado, achávamos que não iria acontecer.

No segundo conjunto é Jennifer a narradora, uma dona de casa que não se sente bem com a sua vida, com o seu marido, com os filhos nem com a recém comprada casa que em obras aumenta a sua habitual ansiedade e desespero. Quando recebe a primeira carta, aconselhada por uma amigo, queixa-se à polícia e a sua vida passa a incluir a permanência contínua dos inspetores e agentes, que lhe travam a continuação das obras e lhe aumentam o desespero. 
Acontece de novo e descobrimos que o psicopata era alguém que estava presente na sua vida, embora muito discretamente.

O terceiro conjunto é diferente. O psicopata imiscui-se delicadamente na vida de Nadia, como quem não quer ter nada a ver com ela, mas tentando ser agradável o suficiente para ser bem recebido, o que no meio do rodopio de policias, agentes e inspetores com que tem de viver diariamente, depois de fazer queixa de primeira carta, até é como uma lufada de ar fresco, que nos deixa "aflitos", a nós leitores, porque aqui já sabemos quem ele é. A dada altura Nadia também vai ficar "aflita" e por isso, o desfecho não é o que esperávamos.

Confesso que comeci a ler por curiosidade, e não dava nada pelo livro, achando que era apenas mais um thriller. Mas valeu muito a pena e aconselho, pois a mestria dos autores - já que se trata de uma dupla Nicci Gerard e Sean French, donde resulta o nome Nicci French - sabem como nos manter presos na narrativa, em especial na terceira parte.