quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Restauro de livro #5

Alguma vez tinha que calhar, restaurar uma bíblia de capa mole.

Era assim

Ficou assim
Sem a etiqueta que foi apenas para a foto.

Esta bíblia era de capa mole e decidi que a ia manter mole. Além de tudo, quando me chegou às mãos parecia que era apenas a lombada descolada e os vincos entre capa e lombada que estavam a abrir.
Por tanto, seria colar a lombada, depois de reforçar.
Mas não foi. Quando descolei a contracapa, para forrar apenas a lombada, com uma tela que conjugaria de alguma maneira com a capa, dei conta que a própria capa estava em mau estado.
Ok. Fazer uma capa nova era o próximo passo, mas tinha que ser mole.
Testei, forrando a própria capa com película adesiva.
Ficou básico, horrível e muito pouco profissional.
Pus de lado e fiz novo teste.

Era menina para ter deixado esta capa que ficou muito gira, pois esta tela EVA estampada é mais resistente que a outra, mas não é resistente o suficiente e achei que mesmo com o papel guarda colado, ia ficar demasiado mole, pois a bíblia é bastante pesada. Para reforçar a tela EVA, iria ficar a ver-se o reforço e acabaria por ficar estranho. 
Não desisti da EVA, de todo, mas usei da mais fina, reforcei com cartão mais fino que o habitual, para ficar maleável e forrei com um tecido já conhecido.
Ficou maleável, e com a lombada redonda, tal como eu pretendia.



Acabei por manter as fitas de marcação originais, pois iria aproveitar a capa original o que não aconteceu e usei um papel guarda estampado da cor da fita das extremidades

E agora só me falta decidir se a deixo assim


Ou assim

Nota: Com o teste da tela EVA decidi que vou fazer uma capa reversível para a minha própria bíblia.
A minha bíblia de estudo, tem uma capa mole que está a desfazer-se na superfície, como se o material estivesse a descamar, mas gosto tanto dela (embora não seja das mais bonitas) que não tenho coragem de a tirar, nem quero fazer uma capa de tecido. Vou fazer uma da EVA e já está.





terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Restauro de livro #4

Afinal seguimos com os trabalhos de restauro de livros.
Desta vez, um livro de família que durava em casa dos meus pais há quase 60 anos.

Foi um prémio por alcançar determinado numero de vendas desse mesmo livro e com o uso foi-se deteriorando, até ficar assim, sem a capa e com a lombada descolada.


Ficou assim


Não tive como conseguir uma capa original (primeiro porque a original já não existia e segundo porque a atual é de edição estrangeira). Então, como programas de desenhos e fotos e tal, não são o meu forte dediquei-me as colagens e criei uma capa, com a imagem de uma das capas atuais que existem na net e outras adequadas que por lá encontrei. Medi, juntei e colei as imagens, unindo-as em papel transparente adesivo.

Desta vez, colado na devida altura e sem bolhas ou vincos desagradáveis.
Só me falhou um pouco à direita da capa, mas foi o que se conseguiu para manter a capa total.

A primeira página, onde consta a dedicatória estava rasgada na extremidade e refiz com fita adesiva para restauro.


Ainda pensei usar a lombada original, ou o que resta dela, mas acabava por não ter imagem suficiente, já que estava limitada ao tamanho da imagem da capa e esqueci-a.


Entre as três imagens escolhidas, acho que consegui um resultado final adequado, embora não ótimo.






quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Restauro de livro #3

Provavelmente não irei restaurar mais nenhum livro, num curto espaço de tempo, mas para já tinha que publicar o último.
Estava assim e sem capa


E deveria ter ficado assim

Mas como tudo o que é manual e feito por leigos, às vezes dá barraca.
Embora esteja quase assim, não vai ser o final e passo a explicar.
Este livro foi ter lá a casa, por oferta, na mesma altura em que foi o meu cão mai'novo, para lá viver.
Que atualmente é o maior. 
E ele achou que estando à "mão de semear" o livro era para roer e eventualmente comer alguma parte.
A capa ficou sem qualquer remédio e foi para o lixo e as folhas guardaram-se.
Andei a estudar a possibilidade de conseguir uma cópia da capa, ou na pior das hipóteses sacar uma imagem da net e improvisar.
Passaram-se quatro anos e finalmente decidi retomar o assunto.
Por gentileza da Publicadora, consegui cópia da capa e mandei imprimir.
Testei com acetato se estava bem, já que dimensões para impressão e corte originais não me dizem nada e cortei o cartão para a capa e colei.


E tudo corria bem. A cópia tinha sido impressa em papel com brilho de certa espessura o que me deixou aliviada, porque de outra forma, teria que imprimir em papel normal e forrar a película transparente para revestir e dar brilho.
Foi alivio de pouca dura, porque depois de colada e colocada no feitio adequado, estalou.




Tinha duas opções: imprimir nova ou revestir com a película. 
Convém saber que nunca me dei bem com películas adesivas. Não somos compatíveis e sempre que forrava livros escolares, havia aquelas bolhas de ar e aqueles vincos que teimavam em não sair.
Se tivesse forrado antes de ter a capa montada no cartão, a coisa talvez tivesse corrido melhor, nesta altura já não correu bem e ficou assim
 Com bolhas e vincos horríveis que não vão sair de forma nenhuma.


Pus a capa de lado quase em desespero e dediquei-me ao miolo.


Com fita adesiva de reparação, restaurei as folhas rasgadas o melhor que consegui e colei cerca de dez folhas, uma a uma, de volta na lombada do livro. 
Inclui o papel de guarda e "montei" na capa para ver o que seria o resultado final, tão pretendido.


Um dia destes, quando o desconsolo me tiver passado, vou mandar imprimir nova capa.
Com outro tipo de impressão, ou com outro tipo de papel e refazer a capa, mas para já ficam com uma ideia de como o livro estava e como deveria ter ficado.








terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Caderno personalizado


Quando uma pessoa compra um caderno por EUR 1,25 na loja dos chineses e decide que afinal quer ser fina e ter um caderno personalizado.

Precisava de um caderno pequeno, maleável, prático para escrever à vontade e não ter pena de tirar folhas se a coisa corresse mal.
Comprei o mais básico que há e dos mais baratos, pelo motivo que expliquei acima, de argolas, porque era importante poder "dobrar" para ser prático e ocupar pouco espaço no colo.

Mas depois, com ele na mão...

Toca a desmontar o caderno, a forrar a capa básica com um papel a gosto e voltar a montar tudo.







Mini manta

Descobri alguns novelos de lã numa caixa à espera de utilização.
O motivo por que os tinha comprado já tinha evaporado da minha ideia e precisei do espaço que eles ocupavam.
Decidi fazer uma manta, desse o que desse para os gastar,
Claro que quem se mete a gastar lãs, acaba sempre por ter que comprar mais para sair alguma coisa e depois já não consegue combinar nada, no que respeita a cores.

Usei um ponto que aprendi há uns anos e que gosto muito, pois é fácil, rápido e rende trabalho. Óptimo para o serão enquanto se vê televisão.




À falta de tamanho para outra coisa, fica para a cama do cão mais piqueno!



sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Restauro de livro #2

Já temos o segundo paciente.

Estava assim

Ficou assim

Quando a abri para estudar o assunto, a capa caiu-me nas mãos (ou melhor, sobre a mesa).

A contracapa estava colada ao extremo da lombada e teve que ser separada. Enquanto o fazia pensei por um momento que quando os livros me são entregues a desmontarem-se, tubo bem, e espero que ninguém, se lembre um dia, de me entregar um livro intacto apenas para mudar a cara da capa.


A tal fita de cabeceado, estava intacta e ainda pensei duas vezes em a manter ou tirar. Acabei por tirar porque não ia combinar com nada do que tinha em mente.
Endireitei uma folha que estava dobrada, colei duas que já vinham soltas e uma que se soltou quando tirei a contracapa e ficou assim, depois de tudo pronto.
Não gravei título, porque o tipo de gravação a que eu tenho acesso, apenas se perceberia neste padrão em cores que não me interessavam usar. Como tal, ficou assim mesmo. A capa original também não tinha título gravado.
Acho que a foto não está muito nítida, mas só para que saibam, usei fita em rosa forte para as extremidades da lombada e fita em rosa claro para os marcadores, para combinarem com as flores do padrão.

Algo aprendi com o primeiro trabalho e usei cartolina para o papel de guarda.
Mais resistente, mais seguro e não enruga com a colagem.


Gosto de fotografar aberta e já agora desafio-vos a ler, só pela curiosidade de tentarem descobrir em que língua está escrita. 


Quem descobrir e souber traduzir as duas primeiras linhas da segunda imagem vai ter direito a um prémio.