quarta-feira, 24 de setembro de 2025

De tirar o chapéu

 

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Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque criaste todas as coisas e por Tua vontade elas vieram a existir e foram criadas. Apocalipse 4:11

O versículo de hoje faz parte da liturgia celestial.

O texto descreve um grupo de 24 anciãos prostrando-se diante do trono de Deus. Eles são aqueles que ressuscitaram por ocasião da morte e ressurreição de Jesus e agora vivem no Céu, aguardando os demais salvos que subirão na segunda vinda de Cristo. Antes de iniciar seu cântico, eles colocam as suas coroas diante do trono (Ap 4:10). Isso é muito significativo, considerando que estão depositando a coroa da vida que receberam de Deus (Ap 2:10; 4:4). Para João, esse gesto era ainda mais emblemático, compreendendo seu significado nos tempos de Roma.

Cícero relata que, quando Tigranes, o rei dos armênios, foi levado a Pompeu como cativo, ele se prostrou jogando sua coroa aos pés do romano, que a pegou e a colocou de volta em sua cabeça. Da mesma forma, Tácito relata que os nobres da Pártia fizeram o mesmo gesto diante da estátua de Nero. Essa atitude remete a uma expressão muito conhecida no Brasil: “isso é de tirar o chapéu”, ou seja, “isso é digno de admiração, elogio”.

Essa prática foi trazida pelos franceses, que tinham o costume, posteriormente transformado em lei por Luís XIV, de usar chapéu como sinal de respeito.

Assim, em ambientes externos, os homens deveriam estar sempre de chapéu e apenas o retiravam em ocasiões especiais, fazendo gestos suaves que denotavam reverência. Em cerimônias públicas, o chapéu era levemente erguido e a cabeça inclinada ligeiramente. Porém, em momentos de grande euforia, era comum tirar completamente o chapéu e jogá-lo para o alto, pois aquela situação era realmente “de tirar o chapéu”! Seria a cena celestial uma forma de dizer que Cristo é “de tirar a coroa”, ou melhor, “de tirar o chapéu”? Não, por um detalhe. Falta a essa expressão algo sem o qual a reverência não ficará completa: o gesto implica submissão. De nada adianta admirar Jesus e não se submeter a Ele.

É como tentar voar em um avião sem uma asa. Não funciona. 

Junto com nossa coroa, é importante também lançar nosso coração aos pés de Cristo. Você está disposto a se submeter a Cristo hoje?

Devocional paraAdultosdo diaQuarta-feira,  24 de Setembro de 2025 
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sexta-feira, 12 de setembro de 2025

A Sedução de Laodiceia

 

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Ao anjo da igreja em Laodiceia escreva: “Estas coisas diz o Amém, a Testemunha fiel e verdadeira, o Princípio da criação de Deus.” Apocalipse 3:14
Você sabia que Laodiceia foi uma cidade seduzida? Quando Antíoco a tomou para si, a cidade antes chamada de Dióspole e Roa passou a se chamar Laodiceia em homenagem a Laodice, esposa do conquistador. Nenhum povo gosta de um invasor estrangeiro.

Por isso, Antíoco enfrentou oposição no início.

Mas logo o ambiente hostil começou a mudar à medida que a cidade prosperava sob seu governo. Para fazer jus ao nome da rainha, a nova Laodiceia tinha de ser uma metrópole de infraestrutura exemplar, com arquitetura refinada. Isso impressionou os moradores acostumados à simplicidade. Estrabão, historiador grego do 1º século, afirma que a cidade não tinha importância alguma antes de Antíoco. No entanto, com a administração selêucida, as coisas mudaram, e Laodiceia se tornou uma das cidades mais famosas da Anatólia.

A partir de então, o antigo inimigo passou de tirano a benfeitor. Suas melhorias seduziram o povo, que começou a desfrutar de tranquilidade, admiração e orgulho de sua nova condição. O progresso, nesse caso, teria custado ao povo o desapego às suas antigas tradições. Os principais edifícios de culto foram extintos, e novos templos com novos deuses foram inaugurados. Com esse contexto, faz sentido entender Laodiceia como um símbolo dos erros do cristianismo no fim dos tempos. Sendo um termo grego, Laodiceia deriva de duas palavras: laos e dikaios, que significam respectivamente “povo” e “juízo”. Estamos acostumados a ouvir que o sentido mais próprio do termo seria “julgamento do povo”, o que está correto.

Contudo, há outra possibilidade etimológica que acentua mais um lado da questão. Laodiceia também pode ser traduzida como “o povo que julga”. 
Isso significa que o ser humano, tomando as rédeas da ética, supõe exercer o papel de definidor do bem e do mal no lugar de Deus.

É o que acontece quando a vontade do povo suplanta o “assim diz o Senhor”. De fato, Laodiceia representa o último período da história do povo de Deus antes da volta de Jesus. Mas isso não deve ser desculpa para distorções morais.

Estar no período de Laodiceia não nos obriga a permanecer na condição de Laodiceia.












segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Quem se importa com Deus?

 

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Diz o insensato no seu coração: “Não há Deus.” Corrompem-se e praticam iniquidade; já não há quem faça o bem. Salmo 53:1

O “insensato” mencionado no versículo de hoje não se refere a um indivíduo específico, mas, sim, a uma classe de pessoas. A palavra hebraica nâbâl, usada para descrever o “sem noção”, não denota aquele que é inculto por falta de recursos, mas aquele que persiste na ignorância mesmo diante da oportunidade de conhecer a Deus.

É a teimosia no erro que o leva à perversão, opondo-se à sabedoria. Por isso, o texto nos convida a refletir: A quem importa a existência de Deus? Essa pergunta é a essência da vida. Se Deus não existir, não há razão para nos interessarmos por Ele.

No entanto, se Deus existir, nossa relação com Ele se torna o aspecto mais crucial. Muitos podem considerar o assunto irrelevante. Entretanto, quem pensa assim ainda não entendeu o problema. Afinal, até filósofos céticos, como Sartre e Camus, admitiram que a existência de Deus é importante para a humanidade, pois, se o ateísmo estiver certo, não há nenhum propósito na vida, a não ser o acidente de existir por um momento.

Fernando Pessoa, que também era ateu, definiu o ser humano como um “cadáver adiado que procria”, e Nietzsche, que anunciou a “morte de Deus”, reconheceu a orfandade que viria disso. Sem Deus, dizia ele, “vagueamos por um nada infinito, sem nada acima nem abaixo. É preciso acender lanternas de manhã e inventar jogos que assumam o lugar da cerimônia religiosa” (A Gaia Ciência, p. 181). Coincidência ou ironia, o próprio Nietzsche passou os últimos anos de vida nas trevas da insanidade, amparado por sua mãe piedosa, que orava por ele. Percebe como até mesmo intelectuais que não têm fé reconhecem que é complicado viver sem Deus? Sem Ele, a vida se torna absurda, carente de sentido, valor ou propósito definidos. É como um trecho de Macbeth, em que Shakespeare retrata a história humana como uma sombra que anda, e nós como atores simplórios, iludidos em nosso instante de glória, para descobrir depois que tudo não passa de um conto narrado por um tolo, cheio de fúria, sem significado algum. E para você? Como a existência de Deus afeta sua vida?

Devocional paraAdultosdo diaSegunda-feira,  01 de Setembro de 2025 

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Perseverança

 

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É pela perseverança que vocês ganharão a sua alma. Lucas 21:19

O versículo de hoje usa uma expressão idiomática: “ganhar a alma”. Ela é análoga ao que vemos em Mateus 24:13 e Marcos 13:13, em que se afirma que “aquele que perseverar até o fim, esse será salvo”. A expressão contrária seria aquela referente ao indivíduo que ganha o mundo inteiro e “perde a própria alma” (Mc 8:36).

“Ganhar a alma”, portanto, significa ser salvo.

Mas observe que isso só acontece mediante perseverança, interesse e dedicação. Perseverança implica algo que gera desconforto. Ela envolve esforço pessoal, persistência e luta contra a própria vontade, e nada disso é fácil de executar na prática. Contudo, temos a graça de Cristo que nos fortalece. Deus capacita aqueles que, por si mesmos, jamais conseguiriam a vitória. Essa graça não transforma o indivíduo em um perseverante automático.

Ela é mais como o combustível, que permite a partida do automóvel, mas cuja direção depende de quem está ao volante. Ou seja, compete a nós tomar as rédeas de nossa vida, tendo Deus como nosso sustento. E se falharmos no meio do processo? 1 João 2:1 oferece a resposta: “Se alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo.” Lembro-me de alguns versos atribuídos ao educador inglês W. E. Hickson que resumem com maestria a trajetória cristã: Mesmo que seja necessário tentar mil vezes, vamos, pela graça de Cristo, tentar novamente? Confie nisso, e você perceberá que valerá a pena. É uma lição para aprender, Tente, tente outra vez. Se a princípio não conquistar, Tente, tente outra vez. Para que a coragem possa vir, Pois se você perseverar, Vai conquistar, vai reagir, Então, tente outra vez.

A maneira de tentar, quando tudo mais falhar, É tentar outra vez.

Devocional paraAdultosdo diaDomingo,  31 de Agosto de 2025 

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