quinta-feira, 25 de julho de 2019

Ainda que Caiam os Céus




A ultima vez que publiquei uma opinião sobre um livro foi em 2 de Outubro de 2018!!

E isso não quer dizer que estive este tempo todo sem ler. Dava-me uma coisa má, se fosse assim. Tenho andado sempre a ler, mas acontece que ando na dúvida sobre uns livros - se os leio ou não - e limito-me a repetir uns quantos que sempre repito (pelo menos uma vez por ano). Assim, não vou opinar sobre livros de que já opinei, não é verdade?


Entretanto, este livro esteve quase a vir cá para casa no Natal, mas foi adiada a compra e só agora, depois de ler uma opinião, decidi comprar.



De todas as intolerâncias para com os demais, a intolerância religiosa é a que mais ataques leva a cabo e mais mortos causa. 
Quando ouvimos falar de intolerância religiosa, no meio de tudo o que são noticias sobre o assunto, perguntamo-nos a nós próprios como será viver num país que te proíbe teres fé? A União Soviética, no tempo que originou este livro, era uma superpotência onde só o ateísmo tinha voz e qualquer vislumbre de fé em Deus, era considerado um atentado ao governo e ao país. E os "terroristas" eram presos, torturados, banidos e até mortos.


Poderemos dizer que a União Soviética, sem saber, estava a por em prática, ao pé da letra o 1º dos 10 mandamentos que diz: "Não terás outros deuses diante de Mim"



Esta história - verídica - passou-se desde a altura da segunda guerra até cerca de 1993, altura em que a religião que Mikhail Kulakov professava, começou a dar os primeiros passos em liberdade, quando o governo, depois de drásticas mudanças politicas (as maiores pela mão do presidente Gorbachov) se deu conta que afinal poderiam aproveitar muito de bom para a sociedade, se deixassem que esta denominação religiosa agisse junto das populações, ainda que ateias.



Há uma frase quase no fim do livro que me parece bem partilhar. Na altura em que começavam a despontar várias denominaçãoes religiosas na União Soviética, o moderador colocou a questão se era aceitável para a sociedade soviética tolerar a propaganda da ideolologia de seitas e Mikhail (o personagem principal) que na altura fazia parte da Associação Internacional para a Liberdade Religiosa respondeu:
- Acreditamos que todas as crenças devem ter o direito de expressar livremente os seus principios e que as pessoas devem ter o direito de julgar por si mesmo como reagir. Posso discordar dos ensinamentos de .... (nomeou a seita em questão), mas Jesus Cristo e a história humana mostram que todos os que querem assegurar a sua própria liberdade devem guardar-se da opressão contra aqueles de quem discordam.

Esta opinião de Mikhail, levada a público nesta altura, foi a de sempre ao longo do seu testemunho que originou este livro, e que antes nunca pudera expressar livremente.





Resumo do livro:

Uma fé sólida e inabalável. Isso era tudo o que o jovem Mikhail Kulakov possuía. O governo comunista soviético lhe tirara a profissão, a família e a liberdade. Seu crime? Servir fielmente a Deus ou, nas palavras da KGB, promover "atividades antissoviéticas". Ele foi preso, interrogado e condenado a cinco anos em campos de trabalho forçado. Todavia, nem mesmo a perspectiva de banimento eterno numa remota vila da Sibéria o deteve de confiar firmemente nas promessas de Deus... Ainda que os céus caíssem.

1 comentário:

O meu pensamento viaja disse...

A bandeira do marxismo em relação a este tema era: "A religião é o ópio do povo".
Por outro lado, em sociedades profundamente religiosas vemos que, em nome das suas crenças, são cometidas as maiores atrocidades. O mundo de hoje está cheio de tristes exemplos.
Não li esse livro, nem conheço, mas confesso que todos as obras que espelham atrocidades não me seduzem, pelo contrário, fujo delas.
Beijo