quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Ondas em água doce - A Deus o que é de Deus e a César o que é de César



Ao querer atualizar-me, li no Sapo.pt, a noticia sobre o livro póstumo de Diogo Freitas do Aamaral e dado o resumo imediato sobre o mesmo:
"Jesus Cristo foi o precursor do princípio da separação entre a Igreja e o Estado, apesar de não ter sido um político"  

Tive que ler a noticia na totalidade  AQUI .

Não sei se algum dia lerei o livro - porque até tentei fazer a encomenda online mas estava a dar erro e cancelei, veremos - e também não sei se concordarei com tudo o que lá está escrito, mas de imediato o que está na noticia, pode fazer-nos pensar.

Segundo Diogo Freitas do Amaral, o estado é para ser respeitado, obedecido e para servir o povo.

A bíblia diz exatamente o mesmo, as pessoas devem respeitar os poderes politicos, que estão lá para manter a sociedade organizada e para proteger o povo e para o servir e em troca devem obedecer e cumprir as suas leis, desde que não sejam contra as leis divinas, porque a lei de Deus é acima de tudo.
A César o que é de César e a Deus o que é de Deus - não supõe igualdade entre as duas, apenas separação.

A união entre estado e igreja, mistura coisas que não se podem misturar.
O estado cria e impõe decretos e leis que devem ser cumpridos - supostamente para bem estar das nações sobre as quais legisla e a igreja impõe quais as leis a serem aplicadas, que lhes sejam favoráveis.

 A história da ação da igreja, apoiada e fortalecida pelo poder secular, não é uma história feliz - temos as cruzadas e a inquisição, para encurtar - evangelizar com doutrinas transformadas os homens e destruir os que não aceitam essa evangelização.
Este impor à força, tem o intuito de obter a adoração que é apenas prerrogativa de Deus. E a adoração supõe a obediência.

É dever e desejo de um verdadeiro cristão, levar outros a conhecer Cristo, mas não vai impor,
Vai contra o amor e a tolerância que Cristo nos deu nos seus ensinos.

E mesmo Deus, único digno de adoração, não impõe, embora deseje essa adoração, benéfica para o homem.


E segundo a noticia, nas palavras de Diogo Freitas do Amaral, os ensinos de Cristo no que se refere a doutrina social, se postos em prática,  refletir-se-iam numa sociedade mais feliz, saudável e eficaz.
Ele diz: "é uma pena - é mesmo motivo de escândalo - que um número considerável de católicos convictos (professores, empresários, gestores, políticos, jornalistas) não se sintam obrigados em consciência a seguir essa doutrina, e a ignorem ou menosprezem na sua vida profissional, sem fazerem o que têm o dever de fazer ou agindo contra as proibições que devem acatar".

Gostaria ainda de comentar um parágrafo, onde D.F.Amaral, defende qual deveria ser a posição do Estado perante o povo:
"O Sábado foi feito para servir o Homem, e não o Homem para servir o Sábado", escreveu S. Marcos no Evangelho, o que o ex-líder do CDS se encarrega de traduzir à luz dos dias de hoje. "O Estado foi feito para o Homem, e não o Homem para o Estado", ou melhor, os poderes da autoridade do Estado são apenas "um meio para alcançar um fim, o bem comum é que é o fim a atingir".


O parafrasear de "O Sábado foi feito por causa do homem e não o homem por causa do Sábado" que é tão conhecida como a de "A César o que é de César..." foi bem escolhida para defender a sua ideia, que para já me parece a ideia geral do livro, mas convém esclarecer, que não é apenas uma frase a aplicar e parafrasear conforme as ocasiões se prestem e vai além das doutrinas sociais da bíblia, sendo uma doutrina religiosa, e ponto de divisão entre algumas denominações cristãs, pelo que não deve ser substituída e esquecida na sua verdadeira essência.


E resta-me convidar-vos a ler o livro, e já agora a comentarem de vossa justiça, o que acharam.

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