sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Abraços

 

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E eis que Jesus veio ao encontro delas e disse: “Salve!” E elas, aproximando-se, abraçaram os pés Dele e O adoraram. Mateus 28:9

Era uma madrugada de dores e incertezas, em que duas mulheres lutavam para encontrar o sono em meio ao tormento que as sufocava. Despertaram antes do amanhecer e decidiram ir até a tumba, na esperança de encontrar consolo ou talvez alguma resposta para suas angústias. Mas lá, em vez do corpo de Cristo, encontraram um anjo que lhes revelou o milagre: o Mestre havia ressuscitado e Seu corpo não mais repousava na sepultura. Orientou-as a buscar os discípulos para lhes anunciar a boa notícia. Em meio a um misto de respeito e júbilo, as mulheres voltavam do túmulo quando se depararam com o próprio Cristo, vivo e radiante. Foi um encontro comovente, em que elas, reconhecendo-O, se lançaram aos Seus pés e O abraçaram com todo o amor que lhes era possível.

A cena era bela e tocante, um testemunho vivo do afeto que aquelas servas de Deus nutriam por seu Senhor e Mestre. Refletindo sobre essa imagem, surge a pergunta: Como abraçamos a Jesus? Existem várias formas de abraçá-Lo, cada uma delas revelando algo importante sobre nossa relação com Ele. 

Há o “abraço ponte”, distante e protocolar, que demonstra apenas uma relação esporádica e superficial. Há o abraço com tapinhas nas costas, um reconhecimento mútuo que não implica intimidade nem afeto profundo. Há também o “abraço lateral”, em que, com o braço sobre o ombro de nosso Amigo, caminhamos lado a lado com Jesus, sentindo Sua presença constante em nossa vida.

Mas há ainda um tipo de abraço que se destaca entre todos os demais: o abraço sentido, intenso e afetuoso, que traz consigo a confiança, a tranquilidade, o consolo e a cumplicidade que só existem entre amigos verdadeiros e chegados.

É um abraço duradouro, que revigora a alma e reforça os laços que nos unem a Cristo. Às vezes, no silêncio da alma, não temos força nem mesmo para orar, mas nessas horas de angústia podemos nos expressar a Deus dizendo: “Pai querido, abraça-me. Não consigo sequer orar, mas sei que Teus braços onipotentes me envolvem. Eu confio em Ti.” O Senhor nunca rejeitará o abraço de um filho sincero. Ele nos ama e está de braços abertos para nos acolher. Sinta o coração de Deus bater junto ao seu. Ele compreende você.

(Devocional paraAdultosdo diaViernes,  13 de Septiembre del 2024)


segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Estar, parecer ou ser

 

(pinterest)


Jesus respondeu: “Eu sou, e vocês verão o Filho do Homem sentado à direita do Todo-Poderoso e vindo com as nuvens do céu.” Marcos 14:62

Existem os que estão, existem os que parecem e existem os que são.

Por ocasião da Páscoa, reunidos em conselho, estavam aqueles que gostavam de estar ou que lhes correspondia estar ali, mas só estavam.O sumo sacerdote era um deles.Ele representava o que havia de mais elevado na religião judaica, mas tinha usado alguns truques para realizar um juízo ilegal.

Havia os que pareciam, pois simplesmente não sabiam como reagir. José de Arimateia e Nicodemos foram exemplos dessa classe de pessoas.Sentiam no coração a inocência do Mestre da Galileia, mas o rosto deles refletia apenas tensão. E havia Aquele que, apesar dos pesares, continuava sendo o que era.

E Jesus era. Era porque sempre foi, desde a primeira gota que se separou no Mar Vermelho, desde que o primeiro raio de luz rompeu a escuridão, desde o primeiro dia em que caiu o maná. Era porque era, desde a primeira gota que se converteu em um vermelho suco de uva, desde a primeira imagem contemplada pelo cego, desde o primeiro pão que alimentou a multidão. Era porque sempre será, desde o vermelho sangue que verteu de Sua fronte, desde o refulgir de Sua ressurreição, desde o pão dos discípulos de Emaús. O sumo sacerdote teve a ousadia de perguntar se Jesus era o Messias, o “Filho do Bendito” (Mc 14: 61).

“Bendito”, nem sequer teve a petulância de mencionar o nome de Deus, já que sua função não lhe permitia isso. Mas teve o atrevimento de questionar o mesmo Deus por essa mesma função. São coisas do estar sem ser. E Jesus respondeu: “Eu sou”.

Ele não ocupava um lugar apenas por ocupá-lo.Não parecia nem tinha a pretensão de ser algo. Ele era, Ele é.

E Ele continua nos dizendo: “Sou Eu quando você chega cansado do trabalho e vê no horizonte o carmesim do pôr do sol. Sou Eu quando os pensamentos parecem sombrios e, sem esperar, um pequeno lampejo ilumina a mente. Sou Eu quando você está apertado no fim do mês e encontra uma oferta no supermercado da esquina.” Um dia, quando virmos Jesus voltar em glória e majestade, poderemos tocar Suas cicatrizes, desfrutaremos do brilho de Seu olhar e cearemos com Ele. Por que não imitar o exemplo de Jesus e ser como Ele, preparando-se para esse grande encontro.

(Devocional paraAdultosdo diaMiércoles,  14 de Agosto del 2024 )

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Saga "Mortal"

 Antes de retomar as minhas publicações/reflexões, gostava de, agora que acabei as férias de verão, falar um pouco sobre leitura.

Como tantas outras pessoas os livros são uma das minhas paixões desde que me lembro. Escrever contos, ler livros foi sempre uma "coisa" que viveu comigo a partir dos meus 11 ou 12 anos de idade. No decorrer da minha vida, que já vai "entradota" li de tudo um pouco. Umas coisas gostei muito, outras menos e outras nada. Por isso, comecei a fazer escolhas e a dada altura limitei os géneros, mas mesmo assim, com bastante variedade. Há uns quatro anos, quando decidi que ia tirar uma licenciatura em Humanidades, tive a oportunidade de ler obras e autores que em outra ocasião nunca iria ler. Confirmei alguns gostos e percebi alguns não gostos e descobri alguns novos gostos.

Nessa altura tomei uma decisão e passei a dedicar mais tempo a ler obras de cariz cristão, não ficcionais, tais como estudos, comentários, etc, que costumavam ficar para quando havia tempo extra, e também obras de história, psicologia, etc.. No meio de tanta coisa nova, mantive apenas uns dois ou três autores ficcionais como os únicos que aceito ler, pelo meio, em algum momento.

Um desses momentos são as férias e um desses autores é português e chama-se Bruno Franco.

A primeira vez que li Bruno Franco foi há uns bons anos, que agora não consigo precisar e nessa altura achava que ele era apenas um escritor amador como eu. Como estava enganada!!

Além de ser autor do meu tipo de obra de ficção preferida, é um autor de mão cheia, ou será de caneta cheia? E atualmente a Saga "Mortal" dá que falar em todas as redes sociais e quem ainda não ouviu falar ou não falou dela, não perca mais tempo e vá ler.

A dupla de inspetores Leonardo Rosa e Marta Mateus vieram para se instalar nas nossas vidas e nós deixamos porque a escrita do autor é impecável.
Bruno Franco não tem uma narrativa pesada, complicada e cheia de detalhes que na maior parte dos livros do género nos cansam e nos tiram o foco, mas tem uma narrativa fluída, envolvente e com tudo o que é necessário para nos prender à leitura, sem dó nem piedade. E o bom é que nós lemos e nem damos pelo tempo passar, nem na narrativa nem na realidade do momento da leitura, de tal maneira nos envolvemos na leitura.

Esta saga começou em 2021, com um livro por ano. Lemos, queremos o seguinte e, a custo, esperamos pelo próximo. O pior, ou será o melhor?, é que os últimos dois não nos deram tanto tempo para respirar. Um saiu em setembro de 2023 e o último em Junho de 2024. Este é um prazo relativamente alargado para quem os leu no momento da edição, mas para quem os leu, como eu, um numa semana e o outro na outra, foi de ficar sem fôlego.

Antes de mais devo dizer que não se deve ler o quarto "Vingança Mortal" sem ler antes o terceiro "Fúria Mortal", ou não entenderemos o porquê de certos acontecimentos e não se deve ler nenhum dos dois sem ler antes o "Jogo Mortal", que é o grande responsável pelas coisas que acontecerão no quarto. Quanto ao primeiro é importante que se leia para conhecermos os inspetores, conhecermos o seu criador e ficarmos na expetativa do que se segue.

Uma vez que a ideia desta publicação não é exatamente opinar sobre cada um dos livros, mas fazer uma apresentação da Saga de que fazem parte, passo agora a um pequeno resumo e opinião dos ultimos dois, porque dos primeiros dois existe algures pelo blogue.
28 fev 2022 - Segredo Mortal
04 abril 2023 - Jogo Mortal


"Nos anos 90, um assassino em série aterrorizou Portugal. 

Nunca foi detido, nem sequer identificado pela Polícia Judiciária, tornando-se num dos maiores mistérios da justiça portuguesa. Trinta anos depois, uma mulher é brutalmente assassinada. Os inspetores Marta Mateus e Leonardo Rosa ficam encarregados do caso e, ao observarem a cena sangrenta, recordam-se de um antigo caso idêntico.Terá o assassino regressado décadas depois ou trata-se de um imitador? Quando mais corpos são encontrados em condições terríveis, a urgência em encontrar o culpado é cada vez maior e os inspetores pedem ajuda a um antigo aliado, para fazer frente a um assassino implacável e impossível de capturar.Inspirado em factos verídicos, Fúria Mortal é uma história alucinante, que mostra os meandros da mente mais macabra que se conheceu em Portugal.Conseguirão Marta e Leonardo pôr um ponto final na série de mulheres assassinadas?"


«Era um corpo. Morto. Um cadáver. Largou-o e gritou enquanto fugia, aterrorizada de morte.»

Corpos de homens e mulheres começam a surgir em Lisboa e arredores. Cada morte um modus operandi diferente. Cada cadáver mais mutilado que o outro. O psicopata responsável pelos crimes auto intitula-se de «Justiceiro», empurrando os inspetores Leonardo Rosa e Marta Mateus para uma investigação desenfreada para evitar mais mortes.Entretanto, Leonardo tem de enfrentar um reencontro inesperado que remexe em sentimentos e cicatrizes profundas e antigas, ao mesmo tempo que ajuda Marta a superar um trauma recente.No novo livro da Saga Mortal, nada é o que parece e ninguém está a salvo… nem o próprio Leonardo, que se sente cada vez mais dominado pela sua escuridão.Conseguirá escapar?"

Por ter lido os dois seguidos, não tive oportunidade de "respirar fundo", entre leituras. Foi uma narrativa que ao longo das páginas me fez sentir numa montanha russa  apenas com subidas, até que chegados a um topo quase impossível descemos vertiginosamente. Por isso, quando o segundo estava a chegar ao seu fim e a narrativa corria alucinante com cenas inesperadas atrás umas das outras, confesso que nas últimas páginas me senti sem fôlego. E acho que a dada altura um desabafo, quase audível, surgiu: O quê?! Não pode ser! Não esperava isto!

É por isso que recomendo Bruno Franco e a sua Saga Mortal. Deixa-nos assim...

Mas é melhor lerem os anteriores para entenderem este, como já comentei antes.