quarta-feira, 2 de outubro de 2024

À Flor da Pele


Nas férias, quando tentei atualizar as minhas leituras, dei uma olhadela pelos livros que estão na estante, por ler. Alerto já que não compro livros sem ter a certeza que os vou ler num curto espaço de tempo, mas este foi um dos que comprei numa loja em segunda mão para aproveitar o preço, tal como o anterior. Quatro livros custaram 5 euros.




Três mulheres que aparentemente, não têm nada em comum, a não ser a obsessão doentia e mortal de um psicopata que as escolheu como seus alvos.
Zoe é uma jovem professora primária atraente, recém-chegada à grande cidade. Jennifer é uma ex-manequim atualmente transformada em mãe e esposa modelo. Nadia é uma mulher irrepreensível e livre, animadora de grupos de crianças. Vivendo em locais diferentes de Londres, debatendo-se com os seus problemas e acaletando sonhos próprios, estas três  mulheres têm apenas uma coisa em comum: um potencial assassino que as persegue sádica e doentiamente. À medida que o calor do Verão se vai começando a sentir, estas mulheres começam a receber cartas revelando que estão a ser observadas, estudadas, amadas...até à morte. Todas elas, a príncipio, dirão que as cartas são ridiculas, depois incomodativas, depois aterradoras e, finalmente subjugantes.


Quando li esta sinopse, fiquei com a ideia de as três se iriam cruzar em algum momento das suas vidas, mas isso não aconteceu. A autora não as quis misturar, não quis que se conhecessem, para que se sentissem sós e impotentes nas suas vidas ameçadas.

O livro está dividido em três conjuntos de capítulos, narrados, na primeira pessoa por cada uma das três mulheres. 
O primeiro diz respeito a Zoe que faz queixa na polícia quando recebe a primeira carta e estranha quando se lhe apresentam, quase de imediato, à porta, dois agentes para averiguar. O interesse demonstrado, pela polícia, teve a ver com uma façanha de Zoe no início da narrativa, mas vai-se intensificando quando as cartas continuam a aparecer. 
Nunca nos apercebemos de quem é o psicopata que nos é apresentado no início do livro, como se escrevesse um diário onde se refere às mulheres de uma forma doentia e desagradável. 
Esta parte termina com aquilo que apesar de anunciado, achávamos que não iria acontecer.

No segundo conjunto é Jennifer a narradora, uma dona de casa que não se sente bem com a sua vida, com o seu marido, com os filhos nem com a recém comprada casa que em obras aumenta a sua habitual ansiedade e desespero. Quando recebe a primeira carta, aconselhada por uma amigo, queixa-se à polícia e a sua vida passa a incluir a permanência contínua dos inspetores e agentes, que lhe travam a continuação das obras e lhe aumentam o desespero. 
Acontece de novo e descobrimos que o psicopata era alguém que estava presente na sua vida, embora muito discretamente.

O terceiro conjunto é diferente. O psicopata imiscui-se delicadamente na vida de Nadia, como quem não quer ter nada a ver com ela, mas tentando ser agradável o suficiente para ser bem recebido, o que no meio do rodopio de policias, agentes e inspetores com que tem de viver diariamente, depois de fazer queixa de primeira carta, até é como uma lufada de ar fresco, que nos deixa "aflitos", a nós leitores, porque aqui já sabemos quem ele é. A dada altura Nadia também vai ficar "aflita" e por isso, o desfecho não é o que esperávamos.

Confesso que comeci a ler por curiosidade, e não dava nada pelo livro, achando que era apenas mais um thriller. Mas valeu muito a pena e aconselho, pois a mestria dos autores - já que se trata de uma dupla Nicci Gerard e Sean French, donde resulta o nome Nicci French - sabem como nos manter presos na narrativa, em especial na terceira parte.




1 comentário:

Paula Alexandra Santos disse...

Olá!
Não conhecia esse livro, mas thrillers e livros de mistério são sempre bem-vindos!
Beijinhos e Deus abençoe!
:)