sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Amor Pecado

 

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Quem não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. 1 João 4:8

A declaração de que Deus é amor foi uma das afirmações teológicas mais revolucionárias de todos os tempos. Certamente, ela causou estranheza aos ouvintes de João. Afinal, que religião pagã poderia chamar algum de seus deuses de amor? É verdade que os gregos cultuavam Afrodite e Eros como os deuses do amor.

Porém, não se tratava do amor como virtude ou princípio. Mesmo que algumas relações sociais pudessem ser vinculadas a esses deuses, sua imagem representava majoritariamente a “paixão sexual”. Portanto, a afirmação de que Deus é amor continuava sendo inédita.

Contudo, o amor poderia se tornar pecado? Essa pergunta é importante porque há muitos que procuram justificar erros com base no falso argumento de que “agiram por amor”. No entanto, a Bíblia revela que até mesmo esse nobre sentimento pode ser ofensivo a Deus se não se pautar pelos princípios bíblicos que o regem. Existem amores meramente teóricos e imperfeitos; logo, nem todo amor é legítimo (1Jo 3:18; 4:18). Por isso, a mesma Bíblia que diz para amar a Deus e o semelhante também ordena a não amar o mundo, o pecado e o dinheiro.

O objeto do amor pode torná-lo um sentimento nocivo (1Jo 2:15). Mesmo que aquilo que se ama seja algo bom, se colocado acima de Deus, será um movimento de ruptura com o Céu. Abraão por pouco não perdeu a fé por amar Isaque acima de Deus. Por isso, o Senhor o provou no alto do monte.

O amor também é perigoso se reduzido ao sentimentalismo, pois sentimentos são involuntários, ao passo que o amor é decisão Não temos controle sobre o que sentiremos se alguém nos machucar ou frustrar nossas expectativas, mas está em nossa mão decidir se o perdoaremos ou odiaremos. A prova maior de que o amor é uma decisão está no fato de que Deus ordena amar, e isso não faria sentido se não tivéssemos escolha (Dt 6:5). No jargão popular, o amor é definido como um afeto intenso e um sentimento caloroso por outra pessoa, ou um forte desejo sexual sobre o qual praticamente não se tem escolha. Mas, na Bíblia, o amor é sinônimo de sacrifício (1Jo 3:16), atitude (3:18), decência (1Co 13:5) e, acima de tudo, obediência a Deus (1Jo 5:3). Essas deveriam ser as referências cristãs do que realmente significa amar.

(Devocional para Adultos do dia Sexta-feira,  28 de Fevereiro de 2025) 

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terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

A Abolição do Homem

Este ano achei que seria uma boa ideia ler um autor que nunca li e de quem ouço falar bastante em alguns dos blogues e canais que sigo. Falo de C.S.Lewis, autor das famosas "Crónicas de Nárnia". C.S.Lewis é autor de livros de fantasia, ficção, apologética, devocional e crítica literária.

O meu interesse foi despertado pelos títulos de alguns dos seus livros, sobre os quais tentei saber mais e andei a visitar esses mesmos blogues e canais até encontrar alguma "dica" sobre por qual livro começar.

Não há uma sequência obrigatória para a leitura dos livros, mas no canal da Gabi é-nos aconselhado uma determinada sequência de livros do autor que pelas suas caracteristicas seria uma boa opção seguir.

Claro que tomei nota e encomendei o primeiro livro "A Última Noite do Mundo", mas como tardava a chegar (porque não veio logo naquele dia) andei a visitar alguns grupos de partilhas de livros e partilharam comigo o e-book "A Abolição do Homem" que seria o sexto livro dessa sequência. 

Não foi uma boa ideia começar por este? Talvez não pelas suas caracteristicas, mas já está lido.



Surpreendente e profético, A abolição do homem é um dos livros mais debatidos de C.S. Lewis. Nas poucas, porém densas páginas desta obra, o célebre autor britânico defende a moralidade absoluta e os valores universais, como o altruísmo, a caridade e o amor, além de expor as consequências da falta desses princípios na sociedade. Criticando os argumentos dos relativistas, a obra alerta para os perigos de questionar os valores morais objetivos, comuns a todos, sem os quais os seres humanos correm o risco de perder a humanidade. Com bases sólidas e profundas, Lewis mostra que a tentativa de abolir a moralidade equivale, no fim, a abolir o próprio homem, e convida os leitores a não se renderem à tendência relativista que permeia a sociedade contemporânea.

Este livro começa por ser uma análise de C.S.Lewis a alguns livros que lhe pediram para analisar (os quais nunca identifica, chamando a um deles "livro verde") e onde ele encontra relativismos que devem ser evitados em assuntos que devem ser tudo menos relativos, se queremos ensinar de verdade. 
À medida que a escrita avança, passa a ser uma crítica à postura intelectual da sociedade da sua época.

Não é uma leitura fácil, mas se nos empenharmos vamos entender perfeitamente a crítica que o autor faz aos novos métodos de ensino que exigem o que não é suposto exigir para não exigirem o que deve ser exigido. Esse métodos castram o conhecimento e criam homens sem fundamentos.
Uma das frases mais partilhadas deste livro e que eu quero deixar aqui é:

"Produzimos homens sem peito e esperamos deles virtude e iniciativa(...) 
Castramos e ordenamos que os castrados sejam férteis".


Se houver muita curiosidade sobre este livro podem sempre ler AQUI uma resenha bastante completa.


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Doação de Vida

 


Já percebeu que a Bíblia proíbe comer o sangue retirado do animal, da mesma forma que proíbe comer a gordura das carnes ingeridas? 

Tem gente que confunde isso com a questão da transfusão de sangue. Mas a Bíblia não proíbe a “transfusão” de sangue. Note bem o que está escrito em Gênesis 9:4 e Levítico 7:26. O assunto ali é alimentação e não procedimentos médicos.
Por que Deus proíbe que usemos o sangue como alimento? Porque Ele quer que tenhamos saúde, e comer o sangue ou a gordura debilita nosso organismo e pode trazer doenças muito prejudiciais.
Mas algo completamente diferente de ingerir sangue como comida (que, por sinal, é algo totalmente desnecessário) é dar ou receber uma transfusão de sangue. Ingerir sangue contribui para estragar a saúde. A transfusão de sangue, com certeza, tem salvado e poderá salvar muitas vidas.

Pense em termos do amor cristão. Aí mesmo em Levítico 19 diz que devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos. Todo o sistema sacrifical descrito em Levítico era uma dramatização que ilustrava o sacrifício de Jesus por nós. Logo, doar sangue está muito mais relacionado com as leis levíticas que não doar. Doar sangue pode ser um ato que vem a refletir o próprio amor de Cristo, que deu o seu sangue por amor a nós. Pois agora, do ponto de vista físico, podemos dar oportunidade para que outros sobrevivam recebendo o inestimável fluído da vida.

E o mesmo pode ser dito sobre a doação de órgãos em vida. Quanto à doação de órgãos após a morte, não cremos haver nenhum impedimento bíblico para isso. Com a morte, as partes do corpo serão perdidas para sempre. E se esses preciosos órgãos não nos valem mais, por que não permitir que outros se beneficiem deles e passem a viver com mais saúde e em melhor estado com algo que se tornará pó? Na ressurreição, Deus não precisará valer-se daquela própria matéria para trazer-nos à vida. Não existe nenhuma lei da natureza que requeira que Deus devolva ao corpo as mesmas partículas da matéria que o compunham antes da morte. E mesmo que exista, Deus seria muito mais poderoso que tais restrições.

Precisamos nos preocupar muito mais com os problemas morais apontados por trás das regras escritas em Levítico 18.
Creio que Jesus vê uma pessoa que doa sangue com as boas lentes de Lucas 19:10. Porque se Ele veio derramar o Seu sangue para nos salvar, com certeza Ele se satisfaz, com alegria, quando alguém se dispõe a também doar seu sangue para salvar alguém.
Faça alguém sorrir e, quem sabe, viver! Doe vida!

(Valdeci Júnior e Fátima Silva, sobre Levítico 17 a 19)


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