segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Quem se importa com Deus?

 

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Diz o insensato no seu coração: “Não há Deus.” Corrompem-se e praticam iniquidade; já não há quem faça o bem. Salmo 53:1

O “insensato” mencionado no versículo de hoje não se refere a um indivíduo específico, mas, sim, a uma classe de pessoas. A palavra hebraica nâbâl, usada para descrever o “sem noção”, não denota aquele que é inculto por falta de recursos, mas aquele que persiste na ignorância mesmo diante da oportunidade de conhecer a Deus.

É a teimosia no erro que o leva à perversão, opondo-se à sabedoria. Por isso, o texto nos convida a refletir: A quem importa a existência de Deus? Essa pergunta é a essência da vida. Se Deus não existir, não há razão para nos interessarmos por Ele.

No entanto, se Deus existir, nossa relação com Ele se torna o aspecto mais crucial. Muitos podem considerar o assunto irrelevante. Entretanto, quem pensa assim ainda não entendeu o problema. Afinal, até filósofos céticos, como Sartre e Camus, admitiram que a existência de Deus é importante para a humanidade, pois, se o ateísmo estiver certo, não há nenhum propósito na vida, a não ser o acidente de existir por um momento.

Fernando Pessoa, que também era ateu, definiu o ser humano como um “cadáver adiado que procria”, e Nietzsche, que anunciou a “morte de Deus”, reconheceu a orfandade que viria disso. Sem Deus, dizia ele, “vagueamos por um nada infinito, sem nada acima nem abaixo. É preciso acender lanternas de manhã e inventar jogos que assumam o lugar da cerimônia religiosa” (A Gaia Ciência, p. 181). Coincidência ou ironia, o próprio Nietzsche passou os últimos anos de vida nas trevas da insanidade, amparado por sua mãe piedosa, que orava por ele. Percebe como até mesmo intelectuais que não têm fé reconhecem que é complicado viver sem Deus? Sem Ele, a vida se torna absurda, carente de sentido, valor ou propósito definidos. É como um trecho de Macbeth, em que Shakespeare retrata a história humana como uma sombra que anda, e nós como atores simplórios, iludidos em nosso instante de glória, para descobrir depois que tudo não passa de um conto narrado por um tolo, cheio de fúria, sem significado algum. E para você? Como a existência de Deus afeta sua vida?

Devocional paraAdultosdo diaSegunda-feira,  01 de Setembro de 2025 

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Perseverança

 

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É pela perseverança que vocês ganharão a sua alma. Lucas 21:19

O versículo de hoje usa uma expressão idiomática: “ganhar a alma”. Ela é análoga ao que vemos em Mateus 24:13 e Marcos 13:13, em que se afirma que “aquele que perseverar até o fim, esse será salvo”. A expressão contrária seria aquela referente ao indivíduo que ganha o mundo inteiro e “perde a própria alma” (Mc 8:36).

“Ganhar a alma”, portanto, significa ser salvo.

Mas observe que isso só acontece mediante perseverança, interesse e dedicação. Perseverança implica algo que gera desconforto. Ela envolve esforço pessoal, persistência e luta contra a própria vontade, e nada disso é fácil de executar na prática. Contudo, temos a graça de Cristo que nos fortalece. Deus capacita aqueles que, por si mesmos, jamais conseguiriam a vitória. Essa graça não transforma o indivíduo em um perseverante automático.

Ela é mais como o combustível, que permite a partida do automóvel, mas cuja direção depende de quem está ao volante. Ou seja, compete a nós tomar as rédeas de nossa vida, tendo Deus como nosso sustento. E se falharmos no meio do processo? 1 João 2:1 oferece a resposta: “Se alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo.” Lembro-me de alguns versos atribuídos ao educador inglês W. E. Hickson que resumem com maestria a trajetória cristã: Mesmo que seja necessário tentar mil vezes, vamos, pela graça de Cristo, tentar novamente? Confie nisso, e você perceberá que valerá a pena. É uma lição para aprender, Tente, tente outra vez. Se a princípio não conquistar, Tente, tente outra vez. Para que a coragem possa vir, Pois se você perseverar, Vai conquistar, vai reagir, Então, tente outra vez.

A maneira de tentar, quando tudo mais falhar, É tentar outra vez.

Devocional paraAdultosdo diaDomingo,  31 de Agosto de 2025 

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terça-feira, 12 de agosto de 2025

Por que chorar?

 

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Jesus chorou. João 11:35

O texto bíblico de hoje é o menor versículo do Novo Testamento.

Mas, apesar de seu tamanho, ele apresenta uma das mais significativas revelações acerca de Cristo. O Filho de Deus participou totalmente do sofrimento humano; Sua dor nunca foi teatral. Ele sentiu na pele a angústia que nós sentimos, especialmente a angústia da morte. Por isso, Deus entende quando choramos, pois as lágrimas escorrendo pelo rosto são um inconfundível pedido de ajuda. Junto delas podem vir gritos, soluços, suspiros ou o queixo trêmulo, com os cantos da boca virados para baixo. Esses fenômenos ocorrem porque nossa respiração e o batimento cardíaco mudam radicalmente quando estamos chorando, e isso não é uma peculiaridade humana; ocorre também com os animais.

Embora alguns biólogos insistam em dizer que o choro é uma atividade exclusivamente humana, vários cientistas têm afirmado que os animais também choram, como é o caso dos cavalos e dos bois. Crocodilos que vivem no mar também choram, mas não por estarem tristes; esse é o meio de limpar o excesso de sal que fica em seus olhos.

Daí a expressão “lágrimas de crocodilo”, ou seja, chorar sem nenhuma emoção. Ainda não se sabe exatamente como funciona o mecanismo que provoca o choro.

Porém, pesquisas indicam que as lágrimas ajudam a eliminar substâncias produzidas durante o estresse. Quando os canais lacrimais não conseguem lidar com essas substâncias, o que é recolhido escorre pelas narinas e pelo suor do rosto.

Por isso, sentimos alívio depois que choramos.

Essas substâncias eliminadas poderiam, a longo prazo, causar danos ao organismo. Portanto, quem segura o choro deveria deixar de lado o orgulho e permitir que as lágrimas banhem seu rosto. Dizem que uma pessoa regular chora, em média, 250 mil vezes durante sua vida. É muito choro, não é mesmo? Mas não se preocupe: esse rio de sofrimento vai acabar. Há momentos em que uma única lágrima substitui dezenas de frases.

Quando lhe faltarem palavras para expressar sua dor, chore aos pés de Cristo. Ele também chorou, e não há vergonha nisso. Jesus entende o que é sofrer, ser rejeitado, incompreendido e odiado. Ele confortará você. Um dia, derramaremos a última lágrima, e certamente será de emoção por estarmos com Deus. Com alegria, nos despediremos da tristeza.

Devocional paraAdultosdo diaTerça-feira,  12 de Agosto de 2025 

quarta-feira, 23 de julho de 2025

O Grande Conflito

 

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Ele, porém, lhes respondeu: “Um inimigo fez isso.” Mateus 13:28

Ao longo da história, filósofos e cientistas têm indicado evidências fantásticas de um planejamento inteligente no Universo. No século 18, o filósofo William Paley usou a analogia do relojoeiro. Ao comparar uma pedra a um relógio, ele concluiu que “o relógio requer um projetista que, em algum tempo e em algum lugar, deve ter existido.

Um artífice, ou artífices, que o fez com o propósito para o qual descobrimos que ele realmente responde” (link.cpb.com.br/887fa9). Simplificando, Paley argumentou que, da mesma forma que um relógio indica a existência de um relojoeiro que o fez, o mundo indica a existência de um Deus que o projetou. Essa ideia agradou aos religiosos e popularizou a Teologia Natural, que tenta provar a existência de Deus por meio de argumentos puramente racionais, vindos da observação da natureza. O problema com essa abordagem, frequentemente utilizada por defensores do design inteligente, é que ela se abstém de recorrer a qualquer revelação especial ou sobrenatural, como as Escrituras Sagradas. Isso gera limitações e vulnerabilidades em sua proposta. Assim, embora Paley professasse fé na Bíblia, suas ideias foram usadas por pensadores deístas que diziam que Deus existe, mas abandonou o mundo à própria sorte.

Eles utilizaram a mesma analogia para argumentar que Deus criou o mundo, deu corda e foi embora. Um pouco antes de Paley, o cético David Hume contestou as noções de design, lembrando que essa mesma natureza aparentemente “planejada” está repleta de monstruosidades e defeitos congênitos.

Esse argumento ressurgiu no século 20 com a publicação do livro O Relojoeiro Cego, escrito por Richard Dawkins, que ironicamente contra-argumentou que, se há um Relojoeiro-Criador, Ele é muito ruim de serviço. É por isso que, mesmo revelando a existência de Deus, o discurso da natureza será incompleto. Precisamos conhecer a revelação bíblica e sua história do grande conflito. Na parábola do joio, a expressão “um inimigo fez isso” resume a controvérsia cósmica, que explica muitas coisas. Estude esse assunto e veja o quadro completo. Acredite, o relojoeiro não é cego. O relógio é que não está exatamente como Ele planejou.
Devocional paraAdultosdo diaQuinta-feira,  24 de Julho de 2025 


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terça-feira, 22 de julho de 2025

O Segredo dos Pombos

 


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Depois, Noé soltou uma pomba para ver se as águas já tinham diminuído na superfície da terra. Gênesis 8:8

Na noite de 8 de abril de 1941, um bombardeiro da Força Aérea Real britânica decolou de Newmarket, a base responsável por enviar agentes da inteligência ao território inimigo. Com informações ultrassecretas, os militares foram lançados de paraquedas na fronteira franco-belga. O curioso é que os espiões altamente treinados eram pombos-correios, que iniciaram uma operação secreta de três anos e meio que favoreceu a vitória dos aliados contra os nazistas. As aves eram colocadas em contêineres e lançadas de paraquedas no solo europeu, levando consigo informações secretas, questionários e até requisições militares.

Os batalhões em solo recolhiam os contêineres, amarravam novas mensagens ao corpo das aves e as soltavam de volta. Os pombos então sobrevoavam as bases inimigas até chegarem ao Reino Unido. O objetivo era coletar informações de pessoas que viviam sob a ocupação nazista. De fato, os pombos foram verdadeiros heróis de guerra.

Mas qual foi o segredo? Não falo da mensagem que levavam, mas o fato de voltarem para casa. É que eles possuíam um GPS instintivo apontando para o lugar de onde tinham saído. Um pombo desses pode ser solto a milhares de quilômetros de sua origem e, ainda assim, volta para casa. Pode receber comida e ser bem tratado, mas ele sabe que ali não é seu lar.

Por isso, ele retorna. Também somos assim.

Por melhor que seja nossa vida, temos uma intuição de que este mundo de problemas não é nosso lar. Independentemente de crenças, valores ou questionamentos, todos temos, à semelhança dos pombos, um desconforto, até que cheguemos à nossa verdadeira morada. Segundo a Bíblia, nós nascemos para a eternidade. É curioso observar que dos 16.554 pombos soltos pelos soldados, 100% procuraram o rumo de casa. No entanto, muitos “pombos-humanos” preferem continuar no campo de batalha. Eles se esqueceram do paraíso e não fazem esforço para regressar. O instinto das aves parece ser mais sábio do que o raciocínio de alguns humanos. Isso seria até engraçado, se não fosse tão trágico.

Devocional paraAdultosdo diaQuarta-feira,  23 de Julho de 2025 



O Vendedor de Sonhos, o chamado

 

Um homem desconhecido tenta salvar da morte um suicida. De seguida, espalha a mensagem que a sociedade moderna se tornou num manicómio global. O seu discurso fresco e irreverente conquista as pessoas, habituadas a frases feitas e ao «politicamente correcto», ao mesmo tempo que as assusta. O que pensar de um estranho com ar de pedinte que fala da importância de vender sonhos ao ser humano? Uma ideia maravilhosa, mas invulgar… Numa época em que nos habituamos ao ritmo e às exigências desmesuradas de um relógio que não pára, libertarmo-nos das grilhetas da rotina e recuperarmos a consciência do que é, de facto, importante nesta vida pode ser assustador. Mas é fundamental!

Ao longo deste romance poderá seguir os passos de um Vendedor de Sonhos, uma personagem fascinante que nos deixa na dúvida se se trata de um sábio ou do mais louco dos seres?! Uma história que o fará chorar, rir, e, certamente, mudar a sua vida.


"A obra conta a vida de um homem que aproveita o anonimato para esconder sua identidade. Ao ser questionado sobre sua origem, ele apenas se apresenta como O Vendedor de Sonhos e explica que sua missão é vender sonhos para pessoas desoladas e angustiadas com a situação em que se encontram. 

No grupo de discípulos existem pessoas que jamais seriam protagonistas ou heróis em um romance. O humorístico e sarcástico Bartolomeu era um alcóolatra; Salomão sofria com uma doença psicótica compulsiva; Mônica era uma modelo que sofria de Bulimia pelas exigências do mundo da moda; Dimas, conhecido por Mão de Anjo, era um ladrão de primeira categoria. Todos eles foram tocados com os ensinamentos de vida do Vendedor de Sonhos. No meio de todas essas pessoas problemáticos que andavam ao seu redor, está o professor universitário, Júlio César LamBert, muito conhecido pela forma dura e autoritária com que tratava os alunos e também os colegas da instituição na qual trabalhava. Ele estava sempre em busca da perfeição. Não aceitava nenhum resultado menor que ótimo. Mas, cobrava essa mesma postura de todos, inclusive dos próprios alunos e da família para quem nunca tinha tempo.  Algum tempo depois, começou a sofrer as consequências dessa vida frenética que levava e acabou desenvolvendo um grave quadro de depressão. E em um dos piores momentos da doença, estava no alto do edifício San Pablo, prestes a cometer uma loucura e pular lá de cima. E foi nesse momento que conheceu o homem que mudaria sua vida".

Durante a caminhada, com O Vendedor de Sonhos, vamos percebendo semelhanças com a caminhada de Jesus durante o Seu ministério de três anos e meio. Jesus chamou discipulos para O seguirem e aceitou outros que O começaram a seguir. Não tinha nada do que os homens desejavam materialmente e afinal era tudo o que os homens precisavam. Tal como nas horas finais da vida de Jesus em que houve quem O traisse e quem O negasse, neste livro isso também acontece. mesmo que inconscientemente por parte dos seguidores do Vendedor de Sonhos. E depois dessas experiências dramáticas houve vidas que foram mudadas e isso sucede também nesta narrativa. Se conhecemos a vida de Jesus narrada nos Evangelhos dificilmente não encontraremos essas semelhanças.

Friso no entanto, para os que não querem ler sobre o assunto, que este não é um livro sobre religião, mas pode ser um livro sobre fé. Fé no homem, fé no futuro, fé nos sonhos que não nos atrevemos a sonhar, até que nos ensinem a fazê-lo.

"Posso afirmar que “O vendedor de sonhos” é surpreendente. E, com certeza, a vida muda após essa leitura. Talvez não uma mudança imediata nas atitudes, mas uma mexida nas nossas inquietações interiores".


"Considerado por muitos um dos melhores livros do autor, foi editado várias vezes. Também foi traduzido em várias línguas e lido por milhões de pessoas em todo mundo. Augusto Cury utilizou seus conhecimentos psicológicos e sociológicos sobre o comportamento humano e seus conflitos psíquicos. Mesmo após tantos anos do lançamento da primeira edição, a procura pelo livro ainda é muito grande. Todos querem ler para conhecer um pouco sobre a forma de pensar de Cury ou ainda para encontrar conforto e esperança em suas palavras".

“Não desista dos seus sonhos.”

segunda-feira, 14 de julho de 2025

O Juízo de Deus

 

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Temam a Deus e deem glória a Ele, pois é chegada a hora em que Ele vai julgar. Apocalipse 14:7

Um levantamento realizado pelo Pew Research Center detectou que a crença no juízo final está se tornando cada vez mais impopular e desacreditada. Entre as pessoas que creem em Deus, 70% dos que têm mais de 50 anos concordam que “todos enfrentarão o tribunal divino”. Porém, esse número cai para 56% na faixa etária dos 30 aos 40 anos, e 49% para aqueles com menos de 30 anos.

Apesar de ser um tema impopular, ele é bíblico e faz parte das três últimas advertências divinas que devem ser dadas ao mundo (Ap 14:6-12).

O desconforto em relação a esse dia é proporcional à forma como encaramos nosso futuro encontro com Deus. É interessante observar que nem todos demonstram medo; alguns demonstram desprezo por esse dia. Enquanto algumas pessoas temem por saber que estão em falta, outras desdenham da punição divina.

A Bíblia reconhece esses sentimentos na forma particular como as pessoas se dirigirão a Deus naquele dia. Enquanto alguns suplicarão a morte por não suportar a ira de Deus (Ap 6:16), outros arrogantemente questionarão por que não estão entre os redimidos (Mt 7:22, 23). Jesus várias vezes referiu a Si mesmo como o “Filho do Homem” e usou esse título para falar do juízo: “Porque o Filho do Homem há de vir na glória de Seu Pai, com os Seus anjos, e então retribuirá a cada um conforme as suas obras” (Mt 16:27). Em Daniel 7:10, 13 e 14, o Messias chega ao tribunal de Deus, onde os livros do juízo estão abertos. Ele recebe autoridade para reinar e julgar a humanidade. Várias passagens do Novo Testamento também falam Dele como juiz (Jo 5:27; At 17:31; 2Co 5:10). Contudo, enquanto esteve na Terra, Jesus tratou o juízo como um evento futuro. Sua missão inicial era revelar a misericórdia de Deus. Como sacerdote e juiz, Jesus tinha a capacidade de perdoar ou condenar, mas usou Seu poder, em um primeiro momento, para perdoar. Essa é a força de um Deus que ama: Ele salva, quando poderia destruir.

Essa também é a certeza de que não devemos temer o juízo, muito menos desprezar o que ele significa.

Devocional paraAdultosdo diaTerça-feira,  15 de Julho de 2025 


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terça-feira, 17 de junho de 2025

Atualizar a Bíblia

 

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A erva seca e as flores caem, mas a palavra do nosso Deus permanece para sempre. Isaías 40:8

Vamos falar sobre a proposta reiterada de atualizar a Bíblia, a qual para muitos seria quase uma tentativa de reescrever seu conteúdo para permitir condutas inaceitáveis. Note que o verbo “atualizar”, em sua etimologia latina (actus+agere), refere-se ao impulso (agere) de movimentar um ato (actus) que estava inativo. Ou seja, atualizar era quase sinônimo de “voltar às origens”. Contudo, a semântica agregou ao termo a ideia de fazer modificações, introduzir acréscimos, entre outros significados. Isso é evidenciado na proposta exagerada de adaptar a Bíblia, como se fosse necessário reescrevê-la para que tivesse relevância em nossos dias.

No entanto, nada estaria mais distante do modo como Cristo e os apóstolos lidaram com as Escrituras. Note que 1400 anos separam Moisés de Jesus e Paulo. Porém, nenhum deles sentiu a necessidade de atualizar a lei. Pelo contrário, se houve atualização, foi para torná-la ainda mais radical. Jesus equiparou, por exemplo, o insulto ao assassinato, e a lascívia ao adultério. O Senhor, de fato, impediu o apedrejamento da mulher adúltera, mas não atualizou a lei afirmando que ela poderia continuar como estava. Suas últimas palavras, na ocasião, foram: “Vá e não peque mais” (Jo 8:11).

Ele mesmo disse que não veio anular a lei, mas cumpri-la (Mt 5:17).

O apóstolo Paulo, por sua vez, declarou que a letra mata e o espírito vivifica (2Co 3:6), mas também disse que os mandamentos são santos, justos e bons (Rm 7:12). Isso sem contar que advertiu sobre a ira de Deus que se revela contra aqueles que advogavam práticas sexuais ilícitas (Rm 1:18-32). Se a lei pudesse ser atualizada, não haveria necessidade de Cristo ter morrido por nós; bastaria adequar a sentença do Éden: “Certamente não morrerás.” No entanto, quem fez essa alteração foi a serpente e não Deus.

Muitos não querem lutar contra o pecado, mas sim “resolvê-lo” com vícios que adormecem a consciência. Precisamos de mensagens que acalmem os aflitos, mas também sacudam os acomodados. Quando o liberalismo entra nas igrejas, a justiça de Cristo se retira pela porta dos fundos.

Devocional paraAdultosdo diaTerça-feira,  17 de Junho de 2025 ~

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quarta-feira, 28 de maio de 2025

Duas caras da mesma moeda...

 


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… ou duas capas do mesmo livro, já que vamos falar de livros. Pelo menos, para já.

Conheço pessoas que não gostam de ler, ou mais bem colocado para não ser completamente injusta, conheço pessoas que gostam de ler, apenas, determinado género de livros (ponto).

Eu gosto de ler e como eu há milhares de pessoas e outros milhares que ainda gostam de ler mais do que eu. Mas, a ideia aqui, é que eu gosto de ler e como tal, leio vários géneros de livros. Posso ter, e é óbvio que tenho, um género favorito, mas isso não me impede de ler outros. Posso até dizer que a idade me ajudou a perceber alguns “gostos” que noutra altura não acreditaria ser possível.

Houve uma determinada altura em que nas minhas leituras predominava o género ficção policial/ação e aventura e muito ocasionalmente fantasia, mas esta, sujeita a muitos requisitos. Atualmente acrescentei a essa curta lista de preferências no género não ficção, História, Humanidades e Ciências Sociais, entre outros. Continuo a preferir ficção policial, mas não faço dela o meu foco diário. Para esse foco está reservada outra leitura que me ocupa, desde sempre.

As pessoas de que falo, que não gostam de ler, aqui e agora vão ser representadas pelas pessoas que gostam de ler um género: ficção/fantasia romântica.

Porque é importante, para esta texto, indicar este género? Porque ao ler esse género, o leitor deixa-se envolver por uma realidade que de real não tem nada e passa a perder o interesse por tudo o que é a verdadeira realidade.

Começam a ler esses livros, deslumbram-se com tudo o que é descrito (é muito bom o trabalho narrativo do autor), os cenários deslumbrantes, os personagens glamorosos e poderosos e, por causa dessas razões a narrativa de um romance de ficção ou não-ficção com uma ação “normal” e pessoas “normais” por muito bem escrito que esteja, não as consegue interessar.

Em um dos seus muitos escritos, Ellen G.White (1827-1915), uma escritora morte americana de não ficção de religião e espiritualidade, diz que é muito difícil para quem tem os sentidos embotados por esse tipo de leitura, encontrar algum interesse na leitura da Bíblia.

Concordo, e, uma vez que faço da leitura da Bíblia o meu foco diário, por vezes, confesso, evito ler certas “coisas” que de alguma forma me possam afastar dele ou me possam levar a perder a concentração no que leio, porque pode não ser deslumbrante e glamoroso. Mas, um dia destes, percebi que se a prioridade da nossa vida estiver bem definida, nada nos afastará dela.

Vejamos, como cheguei a essa conclusão brilhante, se me permito ser imodesta.

Se eu tenho como prioridade na minha vida Deus, terei, como prioridade, entre as leituras que faço, a Bíblia. Mas como sou um dos milhares de pessoas que gostam de ler, não leio apenas a Bíblia. E até leio ficção. E “descobri” que ao contrário do que receava, não me afastam do foco prioritário e de alguma forma, me direcionam para ele.

Há alguns anos, quando tinha mais tempo disponível (ou pelo menos o sabia gerir melhor) escrever contos era um dos passatempos que mais gostava. O facto de não ter telemóvel com as redes sociais e afins à mão, como agora, criava a necessidade de ocupar o tempo de outra forma, muito mais saudável, mais eficaz e mais produtiva. Confirmei isso, ontem quando esqueci o telemóvel no emprego e comecei a escrever este texto.

Retomando o assunto dos contos, posso dizer que os havia de não ficção e de ficção, dependendo do tipo de ação ou de personagem a que pretendia dar “vida”, pois quer uma quer outro eram estudados e criados com determinada intenção e viviam na minha imaginação até estarem prontos para fazerem parte de alguma narrativa. É por isso, que ainda hoje, anos após os “conheço” e em alguns momentos me dão saudades. É de loucos? Não. Diria que é um mal saudável de que sofrem todos os autores. E com isto não estou a dizer que sou uma autora, mas é para que entendam.

Posto isto, apeteceu-me reler um desses contos, especialmente focada em determinados momentos da narrativa/ação, que implicavam desabafos, memórias, tomadas de decisão que demonstravam os porquês de determinado personagem aos olhos do autor e do leitor, ser visto como importante, cativante, poderoso, desejável e quase, quase inalcançável, apesar de tão próximo.

Terminei a leitura, tentando não perder muito tempo a pensar no que lera e a dada altura, como um baque, dei conta de que queria ir ler a Bíblia. Queria ir ler sobre o personagem mais importante, mais cativante, mais poderoso, mais desejável e que apesar de inalcançável está tão perto de nós!

Gostei de reler sobre os meus personagens de ficção e fiquei deslumbrada porque quis ler mais sobre Cristo. Quis mais de Cristo, não deles!

E aqui, chegamos às duas faces da mesma moeda e afinal já não estamos a falar de livros, embora possamos usar o termo uma vez ou outra.

Quando uma pessoa respira ideias ou personagens com as caraterísticas acima, vagamente listadas, pouco interesse vai ter em ler livros que nos falam de uma pessoa “normal” que viveu uma vida “normal” e que apesar de todos os milagres sofreu, humilhou-se e deixou-se matar numa cruz como um vulgar criminoso. Onde se encontra o poder, a importância, o deslumbre?

E isto, leva-me à conclusão, não será só a mim com certeza, de que Cristo deve ser apresentado, em primeira instância, de uma maneira para uns e de outra maneira, para outros. Por exemplo, numa conversa com uma dessas pessoas que respira esse tipo de ficção, não posso introduzir Cristo dizendo que Ele se fez homem, se fez servo, nesta Terra. Devo começar pelo Seu Poder no Céu, pela Sua Transcendência e só depois lhe falarei do Plano…

É exatamente o mesmo, quando se fala do amor de Deus e da Sua justiça. Ambos são atributos do Seu caráter não se podendo falar de um esquecendo o outro, mas há pessoas que reagem melhor e são mais acessíveis a uma conversa sobre o amor de Deus e outras a uma conversa sobre a Sua justiça.

Se uma pessoa tiver mais interesse sobre narrativas, escritas ou faladas, que falam do Poder e da Justiça ministrada por Quem é Poderoso, escutará com mais interesse quando se fala de um Ser que é Omnisciente, Omnipotente e Omnipresente, que é Senhor do Universo e que julgará todas as nações e lhes dará a terrível recompensa, que a Sua Soberania lhe concede o direito de aplicar porque é Senhor e Criador de tudo. E isso traz segurança.

Quando, a essa pessoa, for dito que a par desses atributos Deus é amor e que foi por amor que Se tornou um de nós para nos salvar e que apesar de ter morrido em um momento, nunca deixou de ser Justo e Soberano, ela receberá mais esse encanto e vai interessar-se mais ainda.

E, vice-versa. Se nos apaixonamos por Quem tanto amou assim, receberemos sem nenhum temor ou incerteza, um Deus que faz juízo e é Todo-Poderoso, porque sabemos que Ele nos ama.

Ele é, assim, Importante, Cativante, Poderoso, Desejável e, apesar de Inalcançável vive em nós.

Uma moeda tem de ter duas faces, diferentes, mas que a completam e a tornam numa moeda válida, tal como um livro pode ter duas capas e tal como nós podemos usar a que mais nos cativa, em dado momento, sem esquecermos que a outra também faz parte dele.

E este texto, afinal,  nunca foi sobre livros ou sobre moedas.









  

quinta-feira, 22 de maio de 2025

Jesus em Génesis

 

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No princípio, Deus criou os céus e a terra. Gênesis 1:1


O livro do Gênesis é singular por vários motivos. Ao contrário dos mitos da criação que dominavam o imaginário dos povos antigos, nele encontramos uma narrativa única sobre a origem da Terra. Os primeiros ouvintes de Moisés devem ter se surpreendido ao ver que no Gênesis não há nenhuma explicação sobre a origem do Criador; Ele é eterno.

Nos mitos egípcios e mesopotâmicos, mesmo que os deuses desempenhem o papel de criadores da humanidade, eles não são eternos. O Universo já existia antes deles, e alguns chegam até mesmo a morrer, como é o caso de Osíris. 

No Gênesis, o Sol, a Lua e as estrelas não são seres divinos, mas sim astros criados para governar os dias e as estações. A criação da humanidade é um ato de amor por parte de Deus, que prepara o jardim para receber Adão e Eva.

Nos mitos pagãos, o jardim existe em função dos deuses, e os seres humanos são criados apenas para servi-los. Enquanto o dilúvio na Bíblia é resultado da violência dos povos, na versão pagã, a inundação aparece como um capricho dos deuses que se cansaram da humanidade, considerando-a desnecessáriae tediosa. 

O mais lindo, no entanto, é o modo como o Gênesis revela a pessoa de Cristo. A palavra “princípio” em hebraico admite o sentido de cabeça, primazia, primogênito, primeiro. Sabendo disso, Paulo aplicou todos esses sentidos à pessoa de Jesus: “Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação. Pois Nele foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio Dele e para Ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, que é a igreja. Ele é o princípio, o primogênito dentre os mortos, para ter a primazia em todas as coisas” (Cl 1:15-18).

Ao escrever “no princípio criou Deus”, Moisés poderia estar indicando que “por meio de uma pessoa chamada princípio, Deus criou”. O complemento está no Novo Testamento, quando João afirma que o princípio de que falou Moisés era o Verbo que habitou entre nós (Jo 1:1, 14).

Ao contrário dos deuses pagãos, nosso Criador não é um mito, mas sim uma Pessoa que nos ama e deseja Se relacionar conosco.

Escolha hoje manter comunhão com Ele também!

Devocional paraAdultosdo diaSexta-feira,  23 de Maio de 2025 

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quarta-feira, 21 de maio de 2025

O Ano Mil

 


Sinopse:

Um povo aterrorizado pela iminência do fim do mundo: no espírito de muitas pessoas, esta imagem do Ano Mil ainda hoje permanece viva, o que prova que os esquemas milenaristas ainda não perderam completamente na nossa época o seu poder de sedução na consciência coletiva.

Servindo-se de uma abundante e vastíssima documentação, o autor procura reconstituir neste livro um quadro suficientemente amplo do Ano Mil, nos seus aspetos mais característicos: apocalíptico, prodigioso, místico, maniqueísta, etc.

Resumo: "O Ano Mil" é um livro essencial para qualquer pessoa interessada na história medieval. O livro oferece uma visão abrangente da Europa Ocidental no século X, um período de grandes transformações sociais, culturais e religiosas. Duby é um mestre da narrativa histórica, e ele consegue dar vida ao passado de uma forma que é ao mesmo tempo envolvente e informativa.

A Igreja Católica Romana era a força dominante na sociedade medieval. O Papa era o líder da Igreja, e ele tinha autoridade sobre todos os cristãos.  A Igreja controlava a educação, a cultura e a vida religiosa das pessoas. 

O ano mil foi um momento de grande ansiedade e medo. Muitas pessoas acreditavam que o mundo acabaria no ano mil. Esse medo era baseado em uma interpretação literal do Apocalipse de João, o último livro do Novo Testamento. 

Também foi um momento de grandes mudanças na Europa Ocidental. Essas mudanças tiveram um impacto profundo no desenvolvimento da sociedade, da cultura e da religião europeias. O legado do ano mil ainda pode ser visto hoje na Europa e em todo o mundo.

Nota: Nenhum destes resumos é de minha autoria. Optei por os usar já que diziam tudo o que eu poderia dizer ou nem saberia como dizer. Como tal, encaminho-vos para os originais:

Podem ver o artigo que deu origem ao resumo, na totalidade AQUI e uma resenha do livro AQUI.

sexta-feira, 16 de maio de 2025

Lições do Deserto


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O menino crescia e se fortalecia em espírito. E viveu nos desertos até o dia em que havia de manifestar-se a Israel. Lucas 1:80

Em uma entrevista, o malinês Moussa Ag Assarid falou sobre suas origens: “Não conheço minha idade; nasci no deserto do Saara, sem endereço nem documentos. Nasci em um acampamento nômade tuaregue, no norte do Mali, e fui pastor dos camelos, cabras, cordeiros e vacas que pertenciam a meu pai. Hoje, estudo administração na Universidade de Montpellier, no sul da França.” A vida de Assarid mudou graças a uma jornalista que o presenteou com o livro O Pequeno Príncipe, durante uma das provas do Rali Paris-Dacar.

Depois de ler o livro e migrar para a França, ele se tornou um intelectual respeitado, e parte de suas reflexões foi publicada em seu livro Não Há Engarrafamentos no Deserto!, lançado em 2006. Quando lhe perguntaram o que mais o chocou na Europa, ele respondeu: “Ver gente correndo nos aeroportos só para pegar bagagem.

No deserto, só corremos quando uma tempestade de areia se aproxima. [...] Depois, no hotel, vi uma torneira pela primeira vez: ver a água fluindo deu vontade de chorar.” Ele disse ainda: “Tenho saudade do leite de camela, das fogueiras, de caminhar descalço na areia e das estrelas. Enquanto vocês veem televisão, lá, admiramos o céu e conversamos sobre a vida. [...] O que mais me incomoda aqui é a insatisfação. Vocês têm tudo, mas nada é suficiente. Vivem se queixando. Acorrentam-se por toda a vida a um empréstimo de banco e vivem com pressa, numa ânsia de possuir que nunca acaba. No deserto não há engarrafamentos, porque ninguém quer passar na frente de ninguém! Aqui, vocês têm o relógio; lá, temos o tempo” (citado por Paulo Castro, Revista por um Mundo Melhor 3 [2018], p. 29-32).

Você não precisa se tornar um morador do deserto para viver feliz. Mas, que tal considerar a observação de um oriental e ajustar alguns aspectos do seu estilo de vida? Ele vivia mais próximo da cultura bíblica do que nós, que estamos imersos na correria dos grandes centros. Eu sei que pode ser difícil eliminar alguns maus hábitos, mas como diz um provérbio beduíno: “Se você tem um destino certo, até o deserto se torna uma excelente estrada.” Sejamos sempre agradecidos.

Devocional paraAdultosdo diaQuinta-feira,  15 de Maio de 2025 

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quinta-feira, 8 de maio de 2025

Vestes de justiça

 


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A minha alma se alegra no meu Deus, porque me cobriu de vestes de salvação e me envolveu com o manto de justiça. Isaías 61:10

Certo pregador compartilhou a indignação de seu filho ao ver um livro de histórias bíblicas que mostrava crianças no Céu vestidas com túnicas brancas.

“Isso não está certo”, disse o menino. “Todo mundo vai rir se eu usar essas roupas, e não dá para subir em árvores nem jogar bola com isso. Sem contar que mamãe vai surtar se eu me sujar.” 

O imaginário infantil nos surpreende. De fato, sem a devida explicação, a imagem bíblica das vestes de justiça ou das vestiduras brancas de Apocalipse 3:5 não faz sentido. Seriam apenas mais uma peça no guardaroupa, sem muita diferença. Talvez seja útil saber que, no passado, as roupas eram o item pessoal mais caro para um cidadão comum. Dependendo da função, um trabalhador comum recebia de 1 a 2 denários por dia, e a túnica mais simples custaria 500 denários e demoraria de 6 a 12 dias para ficar pronta. Enquanto ladrões de hoje roubam celulares, os do passado roubavam roupas, como fizeram os bandidos na parábola do bom samaritano (Lc 10:30).

Coletores de impostos e soldados, como os que estavam ao pé da cruz, também se apropriavam das vestes de suas vítimas como forma de obter dinheiro extra ou forçá-las a pagar impostos. Capas e túnicas serviam como penhor na hora de tomar um empréstimo. Por isso, as pessoas comuns tinham uma, duas, no máximo três túnicas em seu guarda-roupas. Uma era usada no corpo, outra estava sendo lavada, e uma terceira túnica especial, geralmente branca, era reservada para momentos de festa ou cerimônia religiosa, como a visita ao templo em Jerusalém. Nesse contexto, quando alguém ouvia que andaremos com Cristo vestidos de branco, a riqueza dessa promessa saltava diante dos olhos.

Onde conseguiremos recursos para as vestes? O sangue de Cristo arcaria com as despesas. A Bíblia diz: “Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestes, para que tenham direito à árvore da vida e entrem na cidade pelos portões” (Ap 22:14).

Certamente, as vestes do Céu serão muito mais do que simples roupões brancos. Elas representam a certeza da cura da nudez que herdamos de Adão e Eva. Vale a pena almejar por elas.

Devocional paraAdultosdo diaSexta-feira,  09 de Maio de 2025 

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quarta-feira, 23 de abril de 2025

O Mestre dos Mestres

 


Ao longo da História, muitas pessoas conseguiram mudar o rumo da política, da filosofia, da ciência ou da religião com as suas ideias. No entanto, houve um homem que foi capaz não só de abalar os alicerces do pensamento como de alterar para sempre a trajectória da humanidade. Esse homem foi Jesus Cristo e os seus ensinamentos geram frutos há mais de dois mil anos. A sua incomparável inteligência e personalidade tornaram-no o ponto de partida perfeito para uma investigação sobre o funcionamento da mente e a sua surpreendente capacidade de superação.

Em O Mestre dos Mestres, o primeiro volume da colecção Análise da Inteligência de Cristo, Augusto Cury faz uma original abordagem da vida dessa grande personagem, revelando que a sua inteligência era bem mais grandiosa do que imaginamos. Sob o ponto de vista da psicologia, Cury apresenta um fascinante estudo do comportamento de Jesus, iluminando os aspectos mais notáveis das suas atitudes.

Neste livro, fará uma viagem pelos mistérios da mente do Mestre dos Mestres. Não importam as suas crenças, a sua religião, posição social ou condição financeira. A mensagem de Cristo é universal e fala ao coração de todas as pessoas.



Quando dei de caras com este livro, confesso que me chamou a atenção a ideia de alguém ir estudar o comportamento de Jesus.

À medida que se desenrola, percebemos que a narrativa é um elogio ao caráter de Jesus, à Sua forma de pensar, agir; à Sua maneira de ensinar, à Sua inteligência. Se eu não conhecesse Jesus como Deus que se fez homem para nos vir resgatar do pecado, eu ficaria deslumbrada por Este Homem e pelo Seu caráter. Mas uma vez que eu sei que Ele é isso tudo e muito mais, esta leitura serviu apenas para ver Jesus pelos olhos da psicologia. 

É uma leitura muito interessante que não nos pretende doutrinar e que mesmo sem aceitar Jesus como nosso Redentor e Salvador, nos pode levar a aceitá-Lo como o melhor exemplo a seguir.

segunda-feira, 21 de abril de 2025

O Arcanjo Miguel é Jesus Cristo?

 

(Imagem em Pinterest)

Recentemente, um conhecido teólogo brasileiro gravou um vídeo falando sobre o que ele considera serem as maiores “heresias adventistas”. Entre os pontos citados por ele está a alegação de que os adventistas creem que o Arcanjo Miguel é o próprio Senhor Jesus. O que, na compreensão deste, seria um grande erro. Mas quando vamos para a Bíblia, o que é que ela diz a respeito disso?

Primeiramente vale a pena citar que a Igreja Adventista do Sétimo Dia não acredita que Jesus Cristo seja um anjo, ou que seja um ser criado. Ela acredita na divindade de Cristo, de que Ele é Deus, uma das três pessoas da trindade, não criado por ninguém, mas Criador de todas as coisas e que se tornou um ser humano unindo sua divindade à humanidade e morrendo na cruz para salvar os seres humanos1.

Identidade de Miguel
A identidade do Arcanjo Miguel tem sido debatida ao longo da história cristã. Algumas tradições o consideram um anjo criado, enquanto outras o identificam como um título de Cristo antes de Sua encarnação2. A Igreja Adventista do Sétimo Dia defende que Miguel é uma designação de Cristo em sua função de comandante celestial. Mas quais são as evidências para essa compreensão? Este artigo explora a origem do nome Miguel, do título Arcanjo, a relação deles com Cristo e as evidências bíblicas que sustentam essa interpretação.

Desde os primeiros séculos do cristianismo, Miguel tem sido interpretado de formas variadas. Algumas vertentes o consideram um anjo distinto, líder dos exércitos celestiais, enquanto outros protestantes veem Miguel como um ser angelical poderoso, mas inferior a Cristo3. No entanto, os adventistas, por meio do estudo das Escrituras, reconhecem que Miguel não é um anjo criado, mas um título dado a Cristo como comandante dos exércitos celestiais4.

O título arcanjo
Alguns podem pensar ser incoerente o fato de acreditar que Jesus receba o título de arcanjo, visto ser Ele o Criador e não um ser criado, mas isso se deve, em grande medida, por falta de compreensão acerca do significado da palavra Arcanjo.

A palavra arcanjo aparece apenas duas vezes na Bíblia (Judas 9; 1 Tessalonicenses 4:16). É a transliteração da palavra grega ἀρχάγγελος (archángelos), que significa “anjo chefe” ou "chefe dos anjos"5. O texto de Judas 9 afirma que o arcanjo é Miguel. Já no texto de 1 Tessalonicenses 4:16, a voz do Arcanjo é associada à volta de Jesus e à ressurreição dos mortos: ao ser ouvida a voz, os mortos ressuscitam. No entanto, quando se compara essa declaração com a fala de Jesus em João 5:26-29, onde Jesus diz que todos os mortos ouvirão a Sua voz e sairão dos túmulos na ressurreição, fica evidente que há um paralelo entre a voz de Jesus e a voz do Arcanjo, indicando que a voz do Arcanjo (chefe dos anjos) é a própria voz do Senhor Jesus. É Ele quem vai à frente dos anjos, liderando-os em Sua volta (Apocalipse 19:14). É Ele quem ordenará os anjos para que saiam pelos quatro cantos da Terra recolhendo os escolhidos de Deus que ressuscitaram (Mateus 24:31).

Para aqueles que pensam ser difícil que uma das três pessoas da Trindade recebesse o um título associado a anjo, vale ressaltar o fato de que no Antigo Testamento, Cristo, em sua forma pré-encarnada, frequentemente aparece como o "Anjo do Senhor" com atributos divinos (Êxodo 3:2-6; 23:21-23; Juízes 6:11-22; 13:18-22; Gênesis 32:24-30)6.

O título Miguel
O nome Miguel vem do hebraico Mîkā’ēl (מִיכָאֵל), que significa "Quem é como Deus?"7. Esse nome, em forma de pergunta, enfatiza a supremacia de Deus e pode ser compreendido como um título messiânico que reforça a identidade divina de Cristo. Cristo inclusive é a resposta para a pergunta do nome: quem é como Deus? Cristo, pois Ele é Deus!

No livro de Daniel, o Messias (ungido) é chamado de “Príncipe” (9:25-26), e no capítulo 12 Miguel é chamado de “Grande Príncipe” (v1). Em Daniel 8:11, 25, Cristo também é chamado de “Príncipe do exército” e “Príncipe dos príncipes”. Corroborando com essa ideia, Lucas 4:17-18 afirma que Jesus é o Ungido (Messias), e Atos 5:30-31 diz que “Deus, porém, com a Sua destra o exaltou a Príncipe e Salvador”. Há uma clara associação entre o Miguel e Cristo. Além disso, “o título ‘príncipe’ é usado exclusivamente para Cristo ou para Satanás, mas nunca para qualquer outro ser angelical (ver Josué 5:14 e 15; Isaías 9:6; Daniel 8:11 e 25; Daniel 9:25; Atos 5:31; João 12:31 João 14:30; 16:11 Efésios 2:2)”8. Em Daniel 10:20-21, Miguel é apresentado como o Príncipe de Israel, uma clara referência a Cristo.

Em Apocalipse 12:7, Miguel e Seus anjos pelejam contra o Dragão (Satanás) e seus anjos. Quando se analisa o contexto bíblico global, fica evidente desde Gênesis 3:15 que o conflito seria entre o descendente da mulher (Cristo) e a serpente (Satanás). No Novo Testamento, o conflito entre Cristo e Satanás também é evidenciado (Ver: Mateus 4:1-11; João 12:31-32; 14:30; Colossenses 1:9, 16; Efésios 6:10-20).

Contraponto
Alguns argumentam que Miguel não poderia ser Cristo, visto que quando é citado em Judas 9, ele apenas repreende a Satanás e não o expulsa diretamente como Cristo fazia frequentemente em Sua encarnação. No entanto, em uma passagem paralela a essa em Zacarias 3:2, é o próprio YHWH (traduzido como Senhor) quem repreende Satanás exatamente como no texto de Judas 9.

Outro argumento contrário se baseia em Daniel 10:13, onde diz que Miguel é “um dos primeiros príncipes”. O termo aramaico para um é אֶחָד (echad) que significa um, único, mas também pode ser “primeiro”, conforme é traduzido em outras passagens de do mesmo livro de Daniel (ver: 1:21; 9:1-2; 11:1; 6:2; 7:1). Conforme a própria tradução dos demais textos citados, portanto, uma outra possível tradução seria: “o primeiro dos primeiros príncipes” ou “o número um dos primeiros príncipes”.

Os que defendem a ideia de que se trata de uma heresia, muitas vezes são os mesmos seguidores de Calvino, chamados de “calvinistas”. Eles se esquecem que o próprio Calvino defendeu a ideia de que o Arcanjo Miguel fosse um título de Cristo9.

Conclusão
Miguel aparece na Bíblia em contextos nos quais a intervenção divina é crucial: Ele luta pelo povo de Deus (Daniel 10:13, 21; 12:1), expulsa Satanás do céu (Apocalipse 12:7-9) e tem autoridade sobre a ressurreição dos mortos (Judas 9; 1 Tessalonicenses 4:16). Esses papéis apontam diretamente para Cristo, pois apenas Ele exerce essas funções na teologia bíblica10.

As Escrituras demonstram que Miguel não é um anjo criado, mas um título de Cristo antes de Sua encarnação. Seu nome expressa a supremacia de Deus, e suas funções indicam seu papel como líder dos exércitos celestiais, defensor do povo de Deus e aquele que tem poder sobre a vida e a morte11.

A compreensão de Miguel como um título de Cristo fortalece nossa fé na atuação contínua de Jesus em favor da humanidade, desde a eternidade passada até o momento em que retornará em glória para buscar Seus filhos12.

Podem consultar todas as referencias em: 
https://megaphoneadv.blogspot.com/2025/04/o-arcanjo-miguel-e-jesus-cristo.html#comment-form