quinta-feira, 10 de abril de 2025

A Última Noite do Mundo

 


Nestes setes ensaios espirituosos e lúcidos, o grande escritor, pensador, teólogo popular e apologista cristão C.S. Lewis aborda diversas questões religiosas intrigantes e complexas. O autor também pondera sobre as evidências da oração eficaz, brinca com o significado das palavras Eu creio e obriga-nos a imaginar como devemos encarar os nossos conceitos sobre Deus e até mesmo sobre a possibilidade de haver vidas noutros planetas.

A Última Noite do Mundo, um dos ensaios principais desta coletânea, lida com a questão da volta de Cristo e traz uma perspetiva brilhante para elucidar o debate. Como sempre, encontramos nestes ensaios um Lewis que mistura humor, ironia, paradoxos e uma perspicácia marcante que desafia a nossa fé.

A Última Noite do Mundo é uma compilação de sete artigos escritos por Lewis e publicados em livros e momentos diferentes. A eficácia da oração; Sobre a obstinação na crença; Lírios que apodrecem; Maldanado Propõe um Brinde; Boas Obras e boas obras; Religiões e Foguetes; e A Última Noite do Mundo, artigo que dá o título ao livro.
Através desses artigos conhecemos de uma forma muito generalizada a visão do autor sobre aspectos voltados à oração e a relação entre religião e ciência, entre outros. Todos os assuntos embora nem sempre nos pareça, têm lugar em algum momento da nossa vida e da nossa realidade.

Escrito no seguimento do livro "Cartas de um Diabo ao Seu Aprendiz", no artigo, Maldanado Propõe um Brinde, por meio da ironia e uma certa boa disposição C.S.Lewis aborda as fraquezas de um crente e a forma como elas podem ser usadas para fazer com que ele peque e assim se afaste dos propósitos de Deus, chamado aqui de Inimigo.

No artigo responsável pelo título do livro C.S.Lewis alerta para a realidade de que o tempo neste planeta/mundo está a acabar e em qualquer momento pode já não ser momento para mais nada. O que houver para ser feito, em qualquer aspeto, embora mais direccionado para o cariz espiritual e social, deve ser feito agora, porque o tempo escoa-se e não voltará.

Se nunca leram este livro, ou se nunca leram este autor, esta é uma boa proposta. Passamos a conhecer a forma de escrever de um escritor brilhante, que passou de ateu convicto a crente ainda mais convicto e que através das suas obras, nos transmite as suas ideias sobre o que conheceu e aceitou.


Promessa e demora

 

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O Senhor não retarda a Sua promessa, ainda que alguns a julguem demorada. Pelo contrário, Ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento. 2 Pedro 3:9

Em 1967, Georges Duby lançou um livro intitulado O Ano Mil, no qual explica o que acontecia na Europa à medida que se aproximava o primeiro milênio depois de Cristo.  As pessoas não tinham acesso direto à Bíblia, mas ouviam seu conteúdo por meio de clérigos que possuíam o direito exclusivo de interpretá-la ao povo. Ler as Escrituras por conta própria era um crime grave perante as autoridades eclesiásticas, passível até mesmo de pena de morte.

Para explicar o milênio, os pregadores recitavam os versículos 7 e 8 de Apocalipse 20, que dizem: “Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá para enganar as nações que estão nos quatro cantos da terra.” Com isso, todos temiam o que ocorreria no mundo assim que o diabo fosse solto por Deus.

Afinal, o mundo estava prestes a completar mil anos desde o nascimento de Cristo – um cálculo que também estava errado, mas eles não se davam conta disso.

É claro que a infusão do medo desmedido era uma forma de sustentar os laços hierárquicos da sociedade medieval, especialmente aqueles que subjugavam todos à autoridade do rei, do papa e do senhor feudal. Para nós, que vivemos 1.025 anos após essa época de trevas e ansiedade, há o risco de pensarmos que, devido à demora, o Senhor nunca voltará.

No entanto, devemos lembrar que, “para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos são como um dia” (2Pe 3:8). A promessa de Jesus certamente se cumprirá em seu devido tempo. A aparente demora deve ser vista como uma oportunidade dada por Sua misericórdia para que todos se arrependam enquanto ainda há tempo.

No momento certo, Ele virá julgar o mundo com justiça, como assegura o profeta Habacuque: “A visão ainda está para se cumprir no tempo determinado; ela se apressa para o fim e não falhará. Mesmo que pareça demorar, espere, porque certamente virá; não tardará” (Hc 2:3). Portanto, não desista; continue esperando em Deus.

Entregue sua vida agora a Jesus e prepare-se, pois muito em breve Ele virá.

Devocional paraAdultosdo diaQuinta-feira,  10 de Abril de 2025 

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Temor de Deus


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Temam a Deus e deem glória a Ele, pois é chegada a hora em que Ele vai julgar. Apocalipse 14:7

Em 1933, o presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, disse: “A única coisa que temos a temer é o próprio medo.” Essa frase atravessou o tempo e continua sendo citada por muitos cidadãos estadunidenses. No entanto, pesquisadores sociais como Barry Glassner, autor do livro A Cultura do Medo, têm concluído que os níveis de medo entre os americanos têm aumentado significativamente nos últimos anos. De acordo com o Instituto Gallup, 37% deles sofrem transtornos de ansiedade simplesmente ao andarem sozinhos à noite. Os americanos não estão sós.O mundo está permeado por fobias cada vez mais generalizadas.

Além do aumento dos medos, uma novidade é o objeto da preocupação. Embora as pessoas ainda declarem temer o juízo de Deus, na prática, o que mais as preocupam são assaltos, terrorismo ou a probabilidade de contrair câncer.

Quem concluiu isso foi Leon Davis em uma tese de doutorado feita na Universidade da Virgínia. Segundo o autor, a visão de um Deus autoritário foi substituída pela imagem igualmente distorcida de um Deus que não pune ninguém, e isso tem trazido implicações no comportamento moral, especialmente dos jovens. Minha sugestão é que voltemos a enfatizar o temor do Senhor, mesmo que isso seja impopular. É imperativo corrigir biblicamente as distorções em torno desse assunto, começando pelo tabu de não mencioná-lo por medo de traumatizar a audiência. Temer a Deus é uma ordem bíblica que faz parte da última advertência divina ao mundo. Algumas pessoas dizem que quem teme é porque não confia. E acrescentam: “Se amo a Deus, não tenho por que temê-Lo.” Isso pode valer para um cônjuge abusador, mas não para Deus. O temor do Senhor não é uma fobia, mas sim um respeito. Não se trata de temer o castigo Dele, mas sim a Sua pessoa.

Aquele que teme o castigo está essencialmente preocupado consigo mesmo e não com o ser de Deus. Quando você evita trair alguém que ama não o faz porque tem medo dessa pessoa, mas porque a sensação de magoá-la é dolorosa demais.

Esse é o sentimento de quem realmente teme a Deus.

Devocional paraAdultosdo diaTerça-feira,  08 de Abril de 2025 

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sexta-feira, 4 de abril de 2025

Distorções da Graça



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Tudo posso Naquele que me fortalece. Filipenses 4:13

Muitos acreditam que, por ser inimigo da verdade, o diabo irá se opor a Deus com antônimos claros, como “preto versus branco”. No entanto, ele opera em tons de cinza e imita a forma divina, não em essência, mas em aparência. Seu objetivo não é ser bom como Deus, mas fazer uma cópia barata Dele para enganar. É como um produto falsificado – parecido, mas de qualidade inferior.

O Apocalipse nos dá exemplos disso. No capítulo 5, vemos Cristo sentado no trono de Deus, recebendo o poder como o Cordeiro imolado que ressuscitou. No capítulo 13, vemos a besta, que mesmo tendo sido ferida de morte, recebe o poder e o trono do dragão. Tanto o Cordeiro quando a besta marcam o seu povo: o Cordeiro com um selo na fronte e a besta com uma marca na mão direita e na testa.

Além da aparência, o inimigo distorce a mensagem de Deus. Veja a confusão mental que ele cria em torno da graça. Em um extremo, faz as pessoas acreditarem no que Dietrich Bonhoeffer chamou de mito da “graça barata”, que confunde o favor imerecido de Deus com um produto de liquidação. A graça é de graça, mas não é barata. Ela custou o sangue do Filho de Deus e é com essa consciência que devemos recebê-la em nossa vida.

No outro extremo, está a crença doentia do não merecimento, que confunde o conceito bíblico de indignidade com o sentimento constante de não se sentir bom o suficiente para ser amado pelo Pai. Novamente, isso distorce nossa condição de filhos e filhas de Deus. João escreveu: “Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no Seu nome” (Jo 1:12). O erro está em basear nossa dignidade em nossas ações e não no valor inerente que Deus deu a cada um de nós.

Mesmo antes de nascer, você já era um tesouro para Deus, que desejava sua existência neste mundo. Você é tão digno do amor divino que Ele enviou Seu único Filho para salvar sua vida. Basta crer e aceitá-Lo em seu coração. Pode ser intimidante se render ao amor de Deus, especialmente quando você testemunhou a si mesmo e a outros se perdendo no processo.

No entanto, tenha certeza de que a graça pode torná-lo em uma nova criatura, sem deixar de lado a pessoa única que Deus o criou para ser.

Devocional paraAdultosdo diaSexta-feira,  04 de Abril de 2025 

sexta-feira, 14 de março de 2025

O Santo Nome de Deus

 

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Pai nosso, que estás nos Céus, santificado seja o Teu nome. Mateus 6:9

O que significa santificar o nome de Deus? Esse é um assunto sobre o qual muitos deveriam refletir. Para o judaísmo, o Kidush HaShem, que em hebraico significa “santificação do nome”, é um preceito baseado em Levítico 22:32 que deve ser seguido por todo judeu ao redor do mundo. Isso implica cuidar para não trazer nenhum desrespeito ou vergonha pelo sagrado nome de Deus. Esse preceito é tão sério que, quando o imperador Adriano iniciou uma perseguição em massa aos judeus no 2º século, a mesma sentença Kidush HaShem, “santificação do nome”, tornou-se uma expressão idiomática para se referir àqueles que morriam como mártires. De igual modo, para os cristãos, santificar o nome de Deus equivale a pregar Suas verdades, ser consciente de Sua reverência e obedecer aos Seus mandamentos (Sl 22:22; Jo 17:26).

Note que não se trata de brigar pela pronúncia de um nome.

É claro que não podemos chamar a Deus de qualquer coisa, e Javé ou Jeová são apenas formas ocidentais de transcrever o nome sagrado do Altíssimo (Sl 83:18). Mas, na Bíblia Hebraica, Ele também é chamado de El, Elohim, Adonai, El Shadday, Elyon, Qadosh, Ha Olam, Ya e Eloah. Além disso, quando Moisés quis saber o nome do Senhor, Ele respondeu: “Assim você dirá aos filhos de Israel: ‘Eu Sou me enviou a vocês’” (Êx 3:14).

Para manter a reverência pelo principal nome de Deus, transliterado como YHWH, sua pronúncia foi proibida no judaísmo. Nos tempos de Jesus, apenas o sumo sacerdote poderia pronunciá-lo, uma vez por ano, no Dia da Expiação.

É por isso que na igreja cristã primitiva, esse nome foi substituído por Adonai, que significa “Senhor”. Os judeus seguiram o mesmo caminho, embora hoje prefiram dizer HaShem ou “o nome”, sem especificar qual seria. Honrar o nome de Deus demanda um estilo de vida tal que nossos atos, palavras e ações sejam uma constante reverência por Sua santidade. Não foi sem motivo que o primeiro pedido na oração do Pai Nosso tenha sido: “Santificado seja o Teu nome.” Reflita hoje: Como meus atos santificam ou desonram o santo nome de Deus?

Devocional paraAdultosdo diaSexta-feira,  14 de Março de 2025 

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Amor Pecado

 

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Quem não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. 1 João 4:8

A declaração de que Deus é amor foi uma das afirmações teológicas mais revolucionárias de todos os tempos. Certamente, ela causou estranheza aos ouvintes de João. Afinal, que religião pagã poderia chamar algum de seus deuses de amor? É verdade que os gregos cultuavam Afrodite e Eros como os deuses do amor.

Porém, não se tratava do amor como virtude ou princípio. Mesmo que algumas relações sociais pudessem ser vinculadas a esses deuses, sua imagem representava majoritariamente a “paixão sexual”. Portanto, a afirmação de que Deus é amor continuava sendo inédita.

Contudo, o amor poderia se tornar pecado? Essa pergunta é importante porque há muitos que procuram justificar erros com base no falso argumento de que “agiram por amor”. No entanto, a Bíblia revela que até mesmo esse nobre sentimento pode ser ofensivo a Deus se não se pautar pelos princípios bíblicos que o regem. Existem amores meramente teóricos e imperfeitos; logo, nem todo amor é legítimo (1Jo 3:18; 4:18). Por isso, a mesma Bíblia que diz para amar a Deus e o semelhante também ordena a não amar o mundo, o pecado e o dinheiro.

O objeto do amor pode torná-lo um sentimento nocivo (1Jo 2:15). Mesmo que aquilo que se ama seja algo bom, se colocado acima de Deus, será um movimento de ruptura com o Céu. Abraão por pouco não perdeu a fé por amar Isaque acima de Deus. Por isso, o Senhor o provou no alto do monte.

O amor também é perigoso se reduzido ao sentimentalismo, pois sentimentos são involuntários, ao passo que o amor é decisão Não temos controle sobre o que sentiremos se alguém nos machucar ou frustrar nossas expectativas, mas está em nossa mão decidir se o perdoaremos ou odiaremos. A prova maior de que o amor é uma decisão está no fato de que Deus ordena amar, e isso não faria sentido se não tivéssemos escolha (Dt 6:5). No jargão popular, o amor é definido como um afeto intenso e um sentimento caloroso por outra pessoa, ou um forte desejo sexual sobre o qual praticamente não se tem escolha. Mas, na Bíblia, o amor é sinônimo de sacrifício (1Jo 3:16), atitude (3:18), decência (1Co 13:5) e, acima de tudo, obediência a Deus (1Jo 5:3). Essas deveriam ser as referências cristãs do que realmente significa amar.

(Devocional para Adultos do dia Sexta-feira,  28 de Fevereiro de 2025) 

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terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

A Abolição do Homem

Este ano achei que seria uma boa ideia ler um autor que nunca li e de quem ouço falar bastante em alguns dos blogues e canais que sigo. Falo de C.S.Lewis, autor das famosas "Crónicas de Nárnia". C.S.Lewis é autor de livros de fantasia, ficção, apologética, devocional e crítica literária.

O meu interesse foi despertado pelos títulos de alguns dos seus livros, sobre os quais tentei saber mais e andei a visitar esses mesmos blogues e canais até encontrar alguma "dica" sobre por qual livro começar.

Não há uma sequência obrigatória para a leitura dos livros, mas no canal da Gabi é-nos aconselhado uma determinada sequência de livros do autor que pelas suas caracteristicas seria uma boa opção seguir.

Claro que tomei nota e encomendei o primeiro livro "A Última Noite do Mundo", mas como tardava a chegar (porque não veio logo naquele dia) andei a visitar alguns grupos de partilhas de livros e partilharam comigo o e-book "A Abolição do Homem" que seria o sexto livro dessa sequência. 

Não foi uma boa ideia começar por este? Talvez não pelas suas caracteristicas, mas já está lido.



Surpreendente e profético, A abolição do homem é um dos livros mais debatidos de C.S. Lewis. Nas poucas, porém densas páginas desta obra, o célebre autor britânico defende a moralidade absoluta e os valores universais, como o altruísmo, a caridade e o amor, além de expor as consequências da falta desses princípios na sociedade. Criticando os argumentos dos relativistas, a obra alerta para os perigos de questionar os valores morais objetivos, comuns a todos, sem os quais os seres humanos correm o risco de perder a humanidade. Com bases sólidas e profundas, Lewis mostra que a tentativa de abolir a moralidade equivale, no fim, a abolir o próprio homem, e convida os leitores a não se renderem à tendência relativista que permeia a sociedade contemporânea.

Este livro começa por ser uma análise de C.S.Lewis a alguns livros que lhe pediram para analisar (os quais nunca identifica, chamando a um deles "livro verde") e onde ele encontra relativismos que devem ser evitados em assuntos que devem ser tudo menos relativos, se queremos ensinar de verdade. 
À medida que a escrita avança, passa a ser uma crítica à postura intelectual da sociedade da sua época.

Não é uma leitura fácil, mas se nos empenharmos vamos entender perfeitamente a crítica que o autor faz aos novos métodos de ensino que exigem o que não é suposto exigir para não exigirem o que deve ser exigido. Esse métodos castram o conhecimento e criam homens sem fundamentos.
Uma das frases mais partilhadas deste livro e que eu quero deixar aqui é:

"Produzimos homens sem peito e esperamos deles virtude e iniciativa(...) 
Castramos e ordenamos que os castrados sejam férteis".


Se houver muita curiosidade sobre este livro podem sempre ler AQUI uma resenha bastante completa.


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Doação de Vida

 


Já percebeu que a Bíblia proíbe comer o sangue retirado do animal, da mesma forma que proíbe comer a gordura das carnes ingeridas? 

Tem gente que confunde isso com a questão da transfusão de sangue. Mas a Bíblia não proíbe a “transfusão” de sangue. Note bem o que está escrito em Gênesis 9:4 e Levítico 7:26. O assunto ali é alimentação e não procedimentos médicos.
Por que Deus proíbe que usemos o sangue como alimento? Porque Ele quer que tenhamos saúde, e comer o sangue ou a gordura debilita nosso organismo e pode trazer doenças muito prejudiciais.
Mas algo completamente diferente de ingerir sangue como comida (que, por sinal, é algo totalmente desnecessário) é dar ou receber uma transfusão de sangue. Ingerir sangue contribui para estragar a saúde. A transfusão de sangue, com certeza, tem salvado e poderá salvar muitas vidas.

Pense em termos do amor cristão. Aí mesmo em Levítico 19 diz que devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos. Todo o sistema sacrifical descrito em Levítico era uma dramatização que ilustrava o sacrifício de Jesus por nós. Logo, doar sangue está muito mais relacionado com as leis levíticas que não doar. Doar sangue pode ser um ato que vem a refletir o próprio amor de Cristo, que deu o seu sangue por amor a nós. Pois agora, do ponto de vista físico, podemos dar oportunidade para que outros sobrevivam recebendo o inestimável fluído da vida.

E o mesmo pode ser dito sobre a doação de órgãos em vida. Quanto à doação de órgãos após a morte, não cremos haver nenhum impedimento bíblico para isso. Com a morte, as partes do corpo serão perdidas para sempre. E se esses preciosos órgãos não nos valem mais, por que não permitir que outros se beneficiem deles e passem a viver com mais saúde e em melhor estado com algo que se tornará pó? Na ressurreição, Deus não precisará valer-se daquela própria matéria para trazer-nos à vida. Não existe nenhuma lei da natureza que requeira que Deus devolva ao corpo as mesmas partículas da matéria que o compunham antes da morte. E mesmo que exista, Deus seria muito mais poderoso que tais restrições.

Precisamos nos preocupar muito mais com os problemas morais apontados por trás das regras escritas em Levítico 18.
Creio que Jesus vê uma pessoa que doa sangue com as boas lentes de Lucas 19:10. Porque se Ele veio derramar o Seu sangue para nos salvar, com certeza Ele se satisfaz, com alegria, quando alguém se dispõe a também doar seu sangue para salvar alguém.
Faça alguém sorrir e, quem sabe, viver! Doe vida!

(Valdeci Júnior e Fátima Silva, sobre Levítico 17 a 19)


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sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Intimidade com Deus

 

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E nos constituiu reino, sacerdotes para o Seu Deus e Pai, a Ele a glória e o domínio para todo o sempre. Amém! Apocalipse 1:6

O texto de hoje bem poderia ser uma continuação do tema de ontem. Nesse versículo, João reafirma o ideal que Deus tinha antes que houvesse tabernáculo e monarquia em Israel: fazer de cada crente um coparticipante no reino de Deus e no sacerdócio de Cristo. É por isso que, mesmo sem méritos próprios, podemos interceder junto a Deus por nossos irmãos e almejar um trono com Cristo. Como diz 2 Timóteo 2:12: “Se perseveramos, também com Ele reinaremos.” Contudo, enquanto estivermos do lado de cá da eternidade, existirão diferentes graus de intimidade com Deus que resultarão em maior ou menor participação das bênçãos que o Senhor já disponibilizou neste mundo. 

No santuário havia três espaços que ilustram o processo: o pátio, o lugar santo e o lugar santíssimo, cada um simbolizando um grau no relacionamento com Deus. No pátio, todos os levitas podiam entrar, mas apenas os sacerdotes tinham acesso diário ao lugar santo, e o sumo sacerdote era o único que comparecia anualmente ao lugar santíssimo. Existem crentes que se contentam com o pátio. Eles oram, confessam seus pecados e participam dos cultos, mas sua experiência não passa disso. 

Outros avançam para o lugar santo, mostrando mais interesse pela vida religiosa e, portanto, tendo acesso a aspectos que os demais não conseguem visualizar.

Finalmente, há aqueles que entram no lugar santíssimo, diante da presença de Deus. Eles não conhecem apenas a prática (pátio) ou a teologia (lugar santo), mas se relacionam pessoalmente com o ser de Deus (santíssimo). Estão na categoria de Elias, Daniel, João Batista, entre outros personagens ilustres da Bíblia. Impossível chegar a esse nível? Creio que não, pelo menos é o que leio em Hebreus 10:19 a 22: “Portanto, meus irmãos, tendo ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos abriu por meio do véu, [...] aproximemo-nos com um coração sincero, em plena certeza de fé.” 

E então? Comece hoje mesmo sua ascensão, pela fé, ao trono de Deus. Jesus franqueou o caminho para você.

Devocional paraAdultosdo diaSexta-feira,  24 de Janeiro de 2025 


quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Ética ou Estética

 

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Ai deles! Porque seguiram o mesmo caminho de Caim. Judas 11

Existem cinco ramos da filosofia tradicionalmente aceitos: metafísica, epistemologia, política, ética e estética. Cada ramo responde a perguntas específicas que têm um impacto profundo em nossa vida, e suas respostas podem fornecer diferentes soluções para um mesmo dilema. Gostaria de me concentrar especificamente na ética e na estética, consideradas primas-irmãs e, por vezes, até confundidas. A estética se preocupa com o belo como forma de eliminar traços de feiura, enquanto a ética, embora não se oponha a isso, coloca essas questões em segundo plano. Sua prioridade é distinguir o certo do errado na tomada de decisões.

Vamos analisar um exemplo: Pedro ama o sorriso de sua filhinha Sara. Nada lhe agrada mais do que vê-la sorrindo. Da mesma forma, vê-la chorando lhe causa repulsa. Isso é estética, e não há nada de errado com o sentimento dele.

No entanto, um dia Sara faz birra para não obedecer à mãe e começa a chorar querendo doce. A desobediência e como lidar com ela são questões éticas. Imagine, porém, que Pedro, priorizando a estética sobre a ética, dê o doce escondido para a menina apenas para que ela pare de chorar e volte a sorrir. Ele estaria certo? Claro que não. Ele estaria colocando o belo acima do que é correto. Esse foi o erro de Caim quando trouxe sua oferta perante o Senhor.

Por motivos egoístas e estéticos, ele preferiu um belo altar com frutos do campo ao altar ensanguentado que certamente seria mais feio. E era mesmo.

Tive a oportunidade de presenciar na Jordânia o sacrifício de cordeiros em um ritual muçulmano e posso garantir que não havia nada de belo naquilo.

Meu lado estético entende a escolha de Caim, mas meu lado ético não pode justificá-la. Ele fez o que era bonito, mas não o que era correto.

Talvez esse seja o grande dilema litúrgico atualmente: fazer um culto tão “descolado” e que leve o adorador a se esquecer do verdadeiro motivo da adoração.

Igreja não tem palco, tem púlpito; não tem plateia, tem congregação; não tem artistas, tem ministros. Não há nada de errado com o belo nem com a adequação litúrgica, desde que isso não anule o que é correto perante Deus.

Adoração é coisa séria. Não caiamos no erro de Caim.

(Devocional para Adultos do dia Quarta-feira,  22 de Janeiro de 2025)

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quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

A Escrita na Antiguidade

 

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Então o Senhor disse a Moisés: “Escreva isto para memória num livro.” Êxodo 17:14

O cristianismo e o judaísmo, por causa de sua forte conexão com a Bíblia, são considerados religiões do livro, ou seja, a legitimidade de suas crenças está intimamente ligada à veracidade de uma Escritura que permeia seus ensinamentos.

É evidente que a Bíblia não foi escrita por uma única pessoa; ela é o resultado de uma produção literária que envolveu vários autores ao longo de 1.500 anos.

Observe como a invenção da escrita foi providencial na preservação daquilo que Deus havia revelado aos profetas. Embora a história da escrita ainda seja cercada de debates, de modo geral, os historiadores acreditam que ela foi inventada quatro vezes de forma quase simultânea e, possivelmente, de maneira independente.

As duas primeiras formas teriam surgido por volta de 3200 a.C., originando-se dos mesopotâmicos e dos egípcios. Mais tarde, em 1600 a.C., foi a vez dos chineses e, por fim, por volta de 600 a.C., a dos mesoamericanos. Para aqueles que acreditam no relato bíblico, esse fenômeno deve ter começado algum tempo após o dilúvio.

No entanto, ainda se passariam 1.800 anos até que Deus incumbisse Moisés de rascunhar as primeiras linhas do texto bíblico. Se não fosse a invenção da escrita, jamais teríamos progredido como organismo social, pois toda a comunicação e o comércio que caracterizam as sociedades ao longo do tempo dependem de alguma forma de escrita para serem eficazes. Entretanto, é evidente que as pessoas já viviam em agrupamentos antes desse avanço, baseando-se em tradições orais. Porém, o fato de usarem apenas a memória poderia comprometer o relato da história. Assim, podemos dizer que a invenção da escrita foi um grande passo no desenvolvimento das civilizações, mas não se deveu à genialidade humana.

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Foi Deus quem concedeu a capacidade que permitiu a criação dos símbolos, das sílabas e letras, possibilitando ao Espírito Santo revelar, com sotaque humano, verdades vindas diretamente de Deus. Valorize hoje a Bíblia Sagrada.

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Conheça as verdades de Deus que ela apresenta.

Há muitos que dariam tudo para ter esse privilégio.

Na oração, falamos com Deus; no estudo da Bíblia, é Deus quem fala conosco.

(Devocional para Adultos do dia Quinta-feira,  09 de Janeiro de 2025)

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