sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Desafio de escrita dos pássaros #5




Não vejo porque razão deva haver um impasse no destino de Hitler. Reza a tradição que o purgatório, é o local, condição ou processo de purificação ou castigo temporário em que “almas” dos que morrem são preparadas para o céu.
Não me parece que Hitler seja merecedor desse interregno. Ele tomou a purificação da sociedade, nas suas mãos, com os horrores que já se conhecem e o seu resultado. Não há lugar para duvidar de qual será o seu destino, nem para lhe dar aplicar outro veredicto que não seja o inferno.
Mas, se o purgatório não existe, não há defesa ou acusação que dê a Hitler a sua sentença, que já recebeu em vida, pois é em vida que a purificação deve ser feita. É nesta vida, que devemos dar o nosso melhor para ir para o céu (vida eterna) e evitar o inferno (morte eterna).
A não existência de purgatório, equivale a que as almas vão diretamente para o céu ou para o inferno. E para irem para um desses lados quando morrem, deveriam existir depois do corpo morrer. E não existem.
Corpo e alma são uno. Um não existe sem o outro. O corpo morre se não tiver alma e a alma não existe sem corpo. Porque a alma é a vida desse corpo. É por isso que o homem se chama alma vivente.
Hitler, que é dele que trata este texto, enquanto alma vivente, fez o que pode para garantir o seu destino.  E o seu destino, não é ficar inconsciente e descansado na sepultura. Quando, for desperto e confrontado com tudo o que fez, coisa que quis evitar ao suicidar-se, entenderá o que angariou com as atrocidades que permitiu, tomará consciência da recompensa que irá receber e da não existência de uma segunda oportunidade para se purificar. Então, a sentença será posta em prática e a morte por onde fez tantos passarem, será o seu destino, em forma de um fogo que o destruirá, para sempre, do tamanho da sua maldade.
E afinal, existe um interregno na história de Hitler, onde ninguém o vai acusar ou defender, porque o seu veredicto já está decidido.
E o que deverá fazer-nos pensar, é que estamos todos na pele de Hitler, com a diferença de que nós, os vivos, ainda temos a oportunidade de ser ilibados.


3 comentários:

Sarin disse...

"as atrocidades que permitiu"
Não se limitou a permitir: incentivou.

Belinha Fernandes disse...

Sim, sim, um fogo em lume brando, que o churrasque muito devagarinho. De preferência encarreguem o Joker - o do Jared Letto - a tratar disso, ele é especialista em requintes de malvadez. Uma boa argumentação.

Miluem disse...

Como a Sarin diz incentivou.

Pior, é que as políticas segregadoras racistas e assassinas que eram a base do seu regime continuam a ter seguidores