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segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Desafio de Escrita dos Pássaros - Fico-me por aqui...

Quando me inscrevi no desafio, foi com a ideia que assim, teria a "obrigatoriedade" de manter as publicações em dia, sem falhas, mas logo no primeiro texto falhei.
Fui insistindo, mas acho que se não todos, quase todos, publicados atrasados.
Concluo e confirmo mais uma vez que a,  falta de publicações nem sempre é por não ter o que dizer, mas sim por não ter tempo para o fazer. E ter uma hora e dia certo para tal, pelo visto, em vez de me ajudar, ainda me complica mais, porque normalmente publico alguma coisa, em algum momento livre.

Tenho pena, porque como qualquer "autor" que se preze, gostamos que alguém leia o que escrevemos, mas como não consigo manter o ritmo que deve ser cumprido, para mim, acabou-se o desafio, mas irei visitar os que seguem publicando.
Descobri uns quantos autores, que muito me agradam.

E continuarei por aqui, com a minha miscelânea de publicações claro, porque...



quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Desafio de Escrita dos Pássaros #8





Tema: Escreve uma carta para a criança que foste

Olá Maria João,
Se calhar vou só chamar-te miúda. Afinal que jeito tem chamar-te Maria João, se quando escrevias contos, as tuas personagens podiam chamar-se tudo, menos Maria, menos João.
E então, miúda?
Imaginaste alguma vez, quando brincavas com bonecas e livros, que chegarias a um dia em que viverias a respirar livros e tudo o que lhe diz respeito apesar de não viveres disso?
Imaginaste que quando leste um livro que não entendeste e quiseste, reescrever o seu final, irias passar a escrever os teus próprios contos? Passando a escrito, situações que irias viver ao longo do teu crescimento e outras que inventarias?
Imaginaste alguma vez que por muito que se escreva há sempre espaço para mais e que é por isso que os escritores (famosos) escrevem livros atrás de livros?
E que ao escrever-se um conto ou um romance, a nossa vida torna-se diferente e conseguimos tirar partido do que vivemos, porque em qualquer momento, podemos criar uma realidade diferente. Não é a nossa porque não a vivemos a sério, mas é nossa, porque sem nós, não existira, mesmo nas folhas de um livro.
E quantas vezes, sonhaste conhecer alguns personagens em carne viva, e alguns autores para lhes perguntares o que os tinha levado a escrever tal e tal livro?
Imaginaste alguma vez que depois de leres livros atrás de livros, desejando às vezes que eles não chegassem ao fim, e que depois de escreveres contos, chegarias a um momento na vida em que apenas um livro e tudo o que diz respeito a esse livro te interessaria? E que a ação desse livro não termina e que a realidade lá expressa, está muito longe de ser aceite por muitos? E que ainda assim, ou por isso, por conta desse livro, milhares morreram e ainda mais uns quantos irão morrer até que as suas palavras sejam cumpridas? E que esse livro, embora “velho” te dá vida nova se o leres de coração aberto e que é o único livro que quando o estás a ler, tens o Autor a teu lado?
Há melhor? Há coisa melhor do que ler um livro que entre centenas de personagens, uns fortes, outros fracos, o seu Autor é o Personagem principal e é todo teu, se tão somente o aceitares?
Não te afastes d’Ele miúda que Ele não se afastará de ti.


sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Desafio de escrita dos pássaros #6




Desafio:

Escreve uma história romântica baseada no clássico "O Amor, uma cabana… e um frigorífico"


 Mariana abriu a porta de casa. Era a primeira vez que entrava em casa e a encontrava vazia. Há muitos meses que a rotina era a mesma, mas nesta tarde, não seria.
Ficou parada, sobre o tapete, como se esperasse ver alguém aparecer das três divisões que abriam para aquela entrada. Quando se capacitou que ninguém apareceria, entrou e fechou a porta devagar, em silêncio, para que a sua entrada fosse o mais silenciosa possível. Como se fosse necessário todo o cuidado, não fosse o ruído estragar o momento. Queira entrar, como se não entrasse. Sem acender a luz, largou a mochila em cima do sofá e ficou, mais uma vez parada, à espera.
Durante as últimas semanas, desejara como louca, um dia chegar a casa e ter a casa só para ela. Em silêncio, vazia de gente e sem ter de ouvir falar, sem ter de ir para a cozinha fazer qualquer coisa para comer, porque Duarte trabalhava em casa, mas sempre esperava que ela chegasse para comer, chegasse ela a que horas chegasse. E agora, ali estava com o desejo realizado.
Respirou fundo e foi para a cozinha. Hoje sentia fome. Não comera nada o dia todo, ansiosa com a aproximação daquela hora em que chegaria a casa e ninguém lá estaria para a receber. E agora a fome dava sinal.
Tirou uma peça de fruta do frigorifico vermelho que era um grito na cozinha toda em tons pastel e fechou a porta, acompanhando-a, num gesto dançado. Mordeu a maçã, abriu a porta e saiu para o quintal, o imenso quintal que ninguém imaginava, vindo da frente da casa.
Mordeu a maçã, e rodou para ficar de frente para a casa. Na realidade era uma cabana, uma cabana de quatro divisões incluindo a casa-de-banho e a cozinha. Uma cabana, escolhida por dois, no meio do nada, para dar largas a um amor que poderia durar, não fosse a ideia de Mariana comprar aquele maldito frigorifico vermelho, que tanto exasperou Duarte, mais virado para as coisas pastel, mornas, insonsas…
Mariana deu nova dentada na maçã e sorriu, com os olhos postos no frigorifico que estava de frente para a porta. Afinal, mesmo com uma cabana, no meio do paraíso, nem todo o amor resistia a um frigorifico daqueles.

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Desafio de escrita dos pássaros #5




Não vejo porque razão deva haver um impasse no destino de Hitler. Reza a tradição que o purgatório, é o local, condição ou processo de purificação ou castigo temporário em que “almas” dos que morrem são preparadas para o céu.
Não me parece que Hitler seja merecedor desse interregno. Ele tomou a purificação da sociedade, nas suas mãos, com os horrores que já se conhecem e o seu resultado. Não há lugar para duvidar de qual será o seu destino, nem para lhe dar aplicar outro veredicto que não seja o inferno.
Mas, se o purgatório não existe, não há defesa ou acusação que dê a Hitler a sua sentença, que já recebeu em vida, pois é em vida que a purificação deve ser feita. É nesta vida, que devemos dar o nosso melhor para ir para o céu (vida eterna) e evitar o inferno (morte eterna).
A não existência de purgatório, equivale a que as almas vão diretamente para o céu ou para o inferno. E para irem para um desses lados quando morrem, deveriam existir depois do corpo morrer. E não existem.
Corpo e alma são uno. Um não existe sem o outro. O corpo morre se não tiver alma e a alma não existe sem corpo. Porque a alma é a vida desse corpo. É por isso que o homem se chama alma vivente.
Hitler, que é dele que trata este texto, enquanto alma vivente, fez o que pode para garantir o seu destino.  E o seu destino, não é ficar inconsciente e descansado na sepultura. Quando, for desperto e confrontado com tudo o que fez, coisa que quis evitar ao suicidar-se, entenderá o que angariou com as atrocidades que permitiu, tomará consciência da recompensa que irá receber e da não existência de uma segunda oportunidade para se purificar. Então, a sentença será posta em prática e a morte por onde fez tantos passarem, será o seu destino, em forma de um fogo que o destruirá, para sempre, do tamanho da sua maldade.
E afinal, existe um interregno na história de Hitler, onde ninguém o vai acusar ou defender, porque o seu veredicto já está decidido.
E o que deverá fazer-nos pensar, é que estamos todos na pele de Hitler, com a diferença de que nós, os vivos, ainda temos a oportunidade de ser ilibados.


terça-feira, 8 de outubro de 2019

Desafio de escrita dos pássaros #4




A palavra soou como um estrondo embora tenha sido dita em voz baixa.
Ecoou na sala. Um eco de resposta demorada que só se fez sentir quando todos se calaram e o silencio invadiu a sala. Não sei se foi o eco da palavra, ou o silêncio que ela provocou que fizeram mais ruido.
Como os líquidos escorrem pelas paredes quando se atira uma garrafa contra elas, era assim que o eco escorria pelo silêncio. Como se fosse sujo, mas não era, como se cheirasse a álcool, mas não cheirava, como se fizesse lembrar qualquer coisa infame, mas não lembrava, como se fosse deixar uma marca, um rasto por onde passava. E deixou.
Quem ouviu, deixou a palavra escorrer, para melhor tomar consciência do que fora dito.
Quando o eco deixou de se ouvir, o silencio manteve-se e todos os rostos se voltaram, uns para os outros. Ironicamente, não se atreviam a olhar para a pessoa que dissera a palavra, como se assim não a tornassem real, palpável e ainda tivessem esperança que tivesse sido só impressão, uma má impressão. Preferiram olhar uns para os outros, incomodados e confusos.
Ao aperceber-se da ação que a palavra tomara, a sua autora repetiu a palavra, desta vez mais alto, para que não voltasse a haver nem dúvidas, e repetiu para que não houvesse tempo de a deixarem escorrer pela parede, a tentar perceber onde ir encaixar aquela resposta.
Toda a vida, havia dito que sim. Sim às ordens, sim aos desafios, sim às perguntas, sim às opiniões dos outros, sim… sim… como se só os outros importassem.
Desta vez, experimentou o não. Beatriz disse não a uma coisa tão simples, tão básica, tão triste e sentiu-se completa, profunda, feliz.
E o que os outros pensavam disso, não lhe importava. Que arranjassem mais alguém para dizer sim, porque agora ela passaria a dizer não!

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Desafio de escrita dos pássaros #3



Melhor que relatar qualquer acontecimento recente, é rever um de há quase quarenta anos.

Estava no ensino Secundário, em Humanidades (Humanística na época) e tinha, nesse ano, duas disciplinas aos Sábados, lecionadas pelo mesmo professor, que se repetiam às Segundas-feiras. Como cristã, criada numa família Adventista do Sétimo, guardo o Sábado, como dia de adoração a Deus e tinha dispensa das aulas ao Sábado. Ninguém se incomodava ou me incomodava com isso, a não ser quando se marcavam os testes, normalmente dois por período escolar.

Lembro-me que normalmente fugíamos dos testes às Segundas-Feiras para podermos aproveitar o fim-de-semana para fazer o que durante a semana não tínhamos tempo para fazer e embora a maior parte da turma, não se importasse de os fazer nesse dia, por minha causa, havia duas colegas especialmente desagradadas com essa possibilidade, que cada vez que se marcava um teste, batiam o pé. Nessa altura, a democracia e a maioria, eram abafadas e deitadas por terra, com as reclamações delas. Ainda recordo a expressão do professor na minha direção e eu a encolher os ombros. Então ficou definido que um dos testes seria em dia de Sábado e o outro à Segunda-feira.

No fim do ano letivo, reunimos à porta da sala dos professores, esperando que o professor desse a nota acompanhada de uma das frases: tem de ir a exame ou dispensou de exame.
Metade da turma foi a exame e a outra metade dispensou. As minhas contrariadoras colegas ficaram na primeira metade e eu fiquei na segunda.

Eu sei que foi a ação do professor que assim o ditou, eu sei que se ele contabilizasse as minhas notas numa média de 6 testes eu nunca seria dispensada de exame. Ele limitou-se a fazer a média pelos três testes que eu fiz, considerando que se tive 13 ou 14 valores nesses, não iria de certeza ter menos de 10 se fizesse os outros.

Escolhi este acontecimento, não para exibir a minha vitória, que foi o que eu fiz nessa altura, perante toda a turma, mas para refletir que não foi vitória minha, foi ação de Deus que usou como instrumento, o meu professor. E nessa altura, eu não percebi, nem agradeci, estava por demais focada em mim e em me exibir perante os meus colegas, em especial perante duas delas.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Desafio de escrita dos pássaros #2

Começo muito bem, se ao segundo tema, já me atrasei na publicação. Mas avancemos.



Amor e um estalo.
Uma contradição logo para começar. E nesse sentido, que sentido dar a este texto? Um conto, onde essas duas palavras tomem ação, ou uma pequena dissertação sobre a contradição entre as duas? Como os contos, têm que ter alguma coisa que puxe por mim, para os escrever e aqui não vejo nada disso, opto por uma dissertação. Vamos lá, então.
Os dois não podem viver juntos. O amor não pode sofrer um estalo, seja em que sentido for e o estalo não tem lugar perto do amor. Senão vejamos.
A Bíblia diz (e para mim, a Bíblia é a única fonte da razão, da coerência e da verdade) no Primeiro livro aos Coríntios, no capitulo 13 que o amor é: paciente, é prestável, não é invejoso, não se envaidece, nem é orgulhoso, não tem maus modos, nem é egoísta, não se irrita, não pensa mal.
Analisada cada uma destas palavras, só posso concluir que se é amor, não há lugar para um estalo, se há um estalo é porque não é amor, mas sim qualquer um outro sentimento ou paixão menos nobre, mas igualmente avassaladora, porque o verdadeiro amor é avassalador. Transforma a nossa vida, faz-nos olhar os outros (ou o outro) com olhos de ver e coração de sentir o que eles (ou ele) sentem. E o que vemos e o que sentimos passa a ser nosso e passa a ser uma prioridade e um desejo de viver para os outros (ou o outro), e nesse desejo não há lugar para um estalo. E podemos considerar o estalo, tudo o que seja negativo, em relação a um sentimento tão positivo como é o amor.
E mais, não há espaço ocupado e sem espaço para mais, porque o amor abre espaço. O amor é um sentimento que quanto mais se partilha, mais aumenta. É por isso que no parágrafo anterior, falo em outros e outro, em eles e ele. Concluindo, amor é o nosso viver para além de nós e nesse viver, um estalo não pode ter lugar.

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Desafio de escrita dos pássaros #1


Problemas, só problemas


Não haveria título mais adequado para este primeiro desafio: problemas, só problemas. 
E agora, como é que eu vou descalçar esta bota? 
Meti-me nisto, convém que saia airosamente ou pelo menos que faça boa figura, quanto mais não seja no primeiro texto.
O maior problema dos problemas, é que têm vários significados, podem ser questões, charadas, perguntas, impasses, enigmas, distúrbios, doenças e falhas ou aborrecimentos e contrariedades e ainda, para ter mais o que escrever, a superficialidade dos problemas ou a sua profundidade dependem dos vários pontos de vista e do impacto que irão causar.
Somos animais de hábitos, e como tal, tudo o que altera o nosso ritmo normal, ou melhor o nosso hábito, vai tornar-se em um problema. E nessa altura, em vez de vermos o problema como uma mudança na nossa rotina que nos pode levar a buscar novos conhecimentos e atitudes para o resolver e o vermos como uma ponte, preferimos vê-lo como um muro que nos trava, mesmo que apenas por algum tempo, como se de repente nos surgisse uma incapacidade, que pode ser permanente ou temporária e nos transtorna o nosso ritmo “normal”.
Os problemas obrigam-nos a pensar e a por em ação o que aprendemos na vida; levam-nos a quem nos possa ajudar; levam-nos a procurar o porquê dos mesmos, ainda que em algumas alturas não os consigamos solucionar, pelo menos de imediato.
Mas quando os ultrapassamos, alguns até podem levar tempo, de certeza, aprendemos coisas novas e aprendemos novos hábitos. Descobrimos que somos mais do que éramos até ali e que afinal até conseguimos ser fortes, quando nos achamos fracos, que temos amigos quando nos víamos sós e que afinal há algo mais para além da nossa vida habitual e rotineira.
E o que fazer, quando nos surgem problemas? Agradecer, não porque nos surgiram problemas na vida, mas porque iremos ultrapassá-los e aprender com eles.
As provações fortalecem-nos e umas servem para resolver e enfrentar as outras. Porque, neste mundo, neste momento, embora o nosso desejo seja esse e até haja quem pense que sim, não vivemos no paraíso e os problemas podem surgir a cada passo. Mas os problemas (são) só problemas, e os problemas resolvem-se e se forem partilhados resolvem-se mais facilmente e não provocam tanto dano.